Moz24h Blog Economia Sector Privado Considera Carga Tributária “Entrave Para o Investimento em Moçambique”
Economia

Sector Privado Considera Carga Tributária “Entrave Para o Investimento em Moçambique”

O director-adjunto da Confederação das Associações Económicas (CTA), Eduardo Macuácua, apelou nesta quinta-feira, 2 de Outubro, à redução da carga tributária e ao fim de alguns benefícios fiscais, como forma de incrementar o investimento privado em Moçambique.

Intervindo após uma reunião com o representante do Fundo Monetário Internacional (FMI) no País, Olamide Harrison, o responsável pelo sector privado nacional, avançou que haver a necessidade de se criarem facilidades para retoma de determinados investimentos, o que poderá contribuir para a redução da economia informal.

“O Governo deve fazer reformas que permitam com que mais empresas tenham facilidade em começar os seus projectos para que, consequentemente, comecem a contribuir. Defendemos o fim de alguns benefícios fiscais, incluído os atribuídos a alguns investimentos estrangeiros, para alargar a base tributária moçambicana”, disse Macuácua.

O responsável pelo sector privado nacional recordou que Moçambique está actualmente com níveis altos de endividamento, numa altura em que as receitas que o País colecta equivalem a 27% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o nível de despesas é de cerca de 34%, defendendo ainda a redução das despesas correntes.

Em Junho, o Centro de Integridade Pública (CIP) indicou que o Governo podia ter financiado 69,4% da despesa, no período entre 2016-22, com o valor dos benefícios fiscais às multinacionais. Numa análise às contas do Executivo, a organização referiu que “o Governo abdicou de arrecadar cerca de 150,6 mil milhões de meticais, devido a benefícios fiscais que concedeu aos megaprojectos.”

Recentemente, o FMI e o Executivo acordaram não dar continuidade às revisões subsequentes do mecanismo de Facilidade de Crédito Alargado (ECF, sigla em inglês). As avaliações, que estavam previstas no âmbito do programa de apoio em vigor, foram interrompidas após um entendimento entre ambas as partes. 

A primeira fase do programa ECF foi aprovada em Maio de 2022 e previu um financiamento total de 456 milhões de dólares (28,8 mil milhões de meticais). Até ao momento, já foram desbloqueadas quatro parcelas desse valor, tendo sido o último desembolso realizado em Junho de 2024, no montante de 63,5 milhões de dólares (4 mil milhões de meticais).

O FMI defendeu no início de Março passado que o País necessitava de uma “consolidação orçamental” em 2025 para garantir a sustentabilidade das contas públicas, face à derrapagem orçamental significativa verificada no ano anterior.

Fonte: Lusa

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sair da versão mobile