Maputo — 30 de Junho de 2025: A companhia aérea moçambicana LAM anunciou ontem domingo, através de comunicado oficial, que o presidente da sua comissão de gestão, Dane Kondić, deverá exercer funções em regime de exclusividade. A exigência surge após a nomeação do gestor australiano-sérvio como presidente não executivo da Air Botswana, cargo de natureza consultiva e a tempo parcial.
Segundo a LAM, a deliberação foi tomada durante uma reunião extraordinária do conselho de administração realizada a 29 de Junho, com o argumento de que o processo de reestruturação em curso exige dedicação total. A empresa adiantou ainda que decorrem negociações para viabilizar a implementação da decisão, tendo Kondić manifestado disponibilidade para cumprir com a exclusividade requerida.
No mesmo comunicado, a transportadora nacional reafirma “total confiança” nas capacidades de liderança do gestor, apontando o seu contributo como central para a modernização da companhia.
Contudo, a nomeação paralela e as exigências subsequentes levantaram inquietações em vários sectores da sociedade moçambicana. Para alguns observadores, a disponibilidade de Kondić em aceitar uma função adicional fora do país gerou especulações sobre o seu grau de confiança no ambiente interno da LAM. Multiplicam-se interpretações no seio da opinião pública, especialmente entre quadros da sociedade civil e do sector da aviação, que levantam questões como: terá o gestor identificado fragilidades internas na estrutura da companhia? A LAM estará excessivamente instrumentalizada por interesses de elites próximas ao poder político ou económico? Ou terá simplesmente avaliado que o cenário actual não oferece espaço para reformas profundas?
Embora sem qualquer posicionamento oficial sobre tais leituras, a situação reacende o debate em torno da governação interna da LAM e da transparência dos seus processos de gestão, numa altura em que a empresa se encontra sob forte pressão para se tornar viável e competitiva no mercado regional.
A nomeação de Kondić para a Air Botswana uma transportadora também em processo de reestruturação poderá significar uma procura por ambientes de gestão mais estáveis ou com maior autonomia estratégica. Resta agora acompanhar os desdobramentos das negociações e verificar se o gestor manterá o compromisso exclusivo com Moçambique.