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PRM Reconhece Incapacidade na Prevenção de Raptos Que Afectam Comunidade Empresarial

“Admite-se que houve, evidentemente, alguma falha de prevenção criminal, que é a antecipação da ocorrência destes factos”, declarou o porta-voz do Comando-Geral da PRM, Leonel Muchina, em conferência de imprensa realizada na terça-feira (1), em Maputo.

A declaração surge num contexto de crescente inquietação no seio do sector empresarial moçambicano, após mais de 150 casos de raptos registados nos últimos 12 anos, segundo dados da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA). Ainda de acordo com a organização, cerca de uma centena de empresários abandonaram o País nos últimos anos, temendo pela sua segurança e das respectivas famílias.

A PRM reconhece que os crimes continuam a gerar “profunda preocupação” não apenas nas vítimas e na sociedade, mas também no seio da própria corporação. “Daí que haja acções (…) a serem desencadeadas para, efectivamente, haver esclarecimentos”, afirmou Muchina.

O porta-voz policial garantiu existirem dados “concretos e relevantes” reunidos no decurso das investigações em curso, que poderão permitir o desmantelamento de redes criminosas envolvidas nos raptos, cuja incidência tem sido mais visível desde 2011.

As autoridades reiteraram que a maioria dos raptos registados no País apresenta ligações transnacionais, sendo frequentemente planeados a partir do estrangeiro, sobretudo da África do Sul – uma realidade já denunciada em Abril de 2024 pela então procuradora-geral da República, Beatriz Buchili, durante uma audição parlamentar.

Apesar das garantias institucionais de maior empenho, a contínua vulnerabilidade da comunidade empresarial moçambicana levanta sérias questões sobre a capacidade do Estado em assegurar a protecção de cidadãos que impulsionam sectores-chave da economia nacional.

Fonte: Lusa

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