Por Quinton Nicuete
Moradores do bairro de Alto-Gingone, em Pemba, voltam a acusar a empresa Renco de negligência diante de um problema ambiental que afecta directamente a comunidade escolar. Apesar da conclusão das obras de pavimentação no perímetro da empresa, o mau cheiro continua a chegar às salas de aula da Escola Básica Amizade Moçambique-China e da Escola Secundária Maria Mazzarello.
Os residentes afirmam que, além do odor insuportável proveniente de esgotos da empresa, a erosão supostamente causada pelas águas pluviais provenientes da área da Renco persiste e ameaça destruir os muros das duas instituições de ensino.
“Os nossos filhos estudam num ambiente insuportável. O cheiro que vem das pias não desapareceu e agora vemos os muros a ceder com a erosão. Se nada for feito, as escolas vão desabar”, denunciou Manuel Satar, morador de Alto-Gingone.
Também para a vendedora local, Joana Mário, a situação mantém-se grave: “Todos os dias estamos a respirar este mau cheiro que está a menos de um metro. Disseram que iam resolver, mas não mudou nada.”
O activista social Abudo Gafuro, critica a postura da empresa e o silêncio das autoridades. “A Renco limitou-se a pavimentar a via, mas não resolveu o problema de fundo que pode criar danos humanos. O cheiro persiste e a erosão ameaça a segurança de centenas de estudantes. É urgente uma intervenção séria das entidades competentes, porque estamos perante um risco ambiental e humano”, sublinhou.
A Abudo Gafuro, apelou as autoridades municipais, e provinciais como a AQUAS, entidade responsável pela fiscalização, supervisão e sancionamento das empresas que poluem ou ameaças a vida de moradores com destaque crianças que estudam naquelas infraestruturas de ensino.
Apesar das denúncias recorrentes, as autoridades municipais e provinciais mantêm-se em silêncio, o que aumenta a frustração da população. Os moradores pedem uma acção imediata para garantir condições de segurança e dignidade às escolas e à comunidade envolvente. Moz24h
