Familiares de vítimas acusam militares estacionados no distrito do Ibo, em Cabo Delgado, de estarem envolvidos na morte de três civis na região de Quissanga alegadamente . O caso terá ocorrido na comunidade de Mefumgo, no posto administrativo de Mahate, onde um grupo de pessoas que transportava sal num barco foi alegadamente intercetado pelas Forças Armadas por não ter dado aviso de que se deslocava para Pangane.
Segundo denúncias recebidas pelo Moz24h, o barco, carregado de sal com destino a Pangane, foi abordado por militares da Marinha. Entre os passageiros encontravam-se três mulheres e vários jovens. Testemunhas afirmam que os militares retiraram as pessoas do barco e as levaram, deixando a embarcação à deriva.
Pouco tempo depois, três corpos foram encontrados sem vida, entre os quais uma mulher e dois jovens identificados como Momade e Ibade, membros de uma mesma família. “Foram mortos dois jovens da nossa família foram alvejados mortalmente. A madrasta está agora em luto em Mefumgo, porque eram primos dela”, contou uma parente das vítimas.
A mesma fonte acrescentou que, até ao momento, não se sabe o paradeiro dos restantes passageiros que estavam no barco.
As famílias acusam os militares de terem executado os civis e pedem justiça, sublinhando que episódios semelhantes já foram reportados noutras zonas costeiras do norte de Cabo Delgado, onde a população vive entre o medo dos ataques armados e a desconfiança em relação às forças de defesa.
Até ao momento, não houve qualquer reação oficial das autoridades militares sobre estas denúncias.
Num passado muito recente, os militares foram também acusados de executar mais de 100 pescadores em Pangane. Vários vídeos publicados e confirmados davam conta de que um grupo de cidadãos moçambicanos residentes em Pangane, posto administrativo de Mucojo, no distrito de Macomia, acusava as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) de terem baleado e assassinado mais de 76 pescadores, no domingo, 6 de Julho, naquela região do país.(Moz24h)