Economia

Governo Prevê Crescimento de 15% na Produção de Carvão em 2026

O Governo estima que a produção de carvão mineral em Moçambique atinja um novo máximo em 2026, ultrapassando 22 milhões de toneladas. A estimativa representa um aumento de 15% em relação ao previsto para este ano e surge num contexto marcado pela retoma gradual da actividade carbonífera, depois de condicionamentos registados entre 2023-25.

Segundo a Lusa, os dados constam dos documentos de suporte ao Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) para 2026, actualmente analisado pela Assembleia da República.

As projecções indicam que o País espera produzir 9,3 milhões de toneladas de carvão coque, destinado à indústria do aço, e 13,1 milhões de toneladas de carvão térmico, utilizado na geração de energia, ambos com crescimento estimado de 15%.

O Governo admite que esta evolução estará associada à melhoria das plantas de processamento das empresas carboníferas que operam em Tete, apesar de reconhecer que os preços internacionais do carvão podem sofrer uma ligeira queda, devido ao aumento do uso de energias limpas no mercado global.

O plano recorda ainda a trajectória recente do sector: 14,8 milhões de toneladas produzidas em 2022, 14,9 milhões em 2023, 16,3 milhões em 2024 e previsão de 19 milhões em 2025, confirmando uma tendência de crescimento após três anos de restrições operacionais.

 

A produção de carvão no País é dominada pela empresa indiana Vulcan, que explora minas em Moatize, província de Tete. Só nos últimos três anos, a Vulcan produziu mais de 35 milhões de toneladas, após adquirir os activos da brasileira Vale em 2022, incluindo a mina de Moatize e a rede ferroviária do Corredor Logístico de Nacala.

Apesar do papel histórico do carvão como principal produto de exportação, a produção nacional registou este ano uma alteração relevante. No primeiro trimestre de 2025, o gás natural passou a liderar as vendas externas, com 36 mil milhões de meticais (567,7 milhões de dólares), valor superior ao do carvão, que caiu para 19,1 mil milhões de meticais (300,8 milhões de dólares).

Esta quebra foi atribuída à paralisação temporária de minas, rupturas ferroviárias causadas por intempéries e aos bloqueios pós-eleitorais que condicionaram a circulação de trabalhadores e o escoamento da produção.

O relatório oficial nota ainda que o alumínio também superou o carvão naquele período, ao atingir 24,2 mil milhões de meticais (380,7 milhões de dólares) em exportações, impulsionado por um aumento de quase 90% do preço médio no mercado internacional.

Com as novas metas e a recuperação industrial em curso, o Executivo espera que o carvão continue a desempenhar um papel central na economia, mesmo num cenário de transformação global do sector energético.

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