Por Quinton Nicuete
Funcionários e Agentes do Estado do Serviço Distrital de Saúde, Mulher e Acção Social do distrito de Ancuabe, em Cabo Delgado, denunciam o não pagamento de horas extraordinários e ajudas de custos. O clima é de revolta e tensão, pois, além de sofrerem com não pagamento, os trabalhadores são coagidos a não reclamar. Pelo menos dois deles foram demitidos após exporem os problemas publicamente.
Profissionais administrativos e da saúde conversaram com a nossa reportagem sob a condição de anonimato, pois temem represálias. Eles contam que quando procuram explicações por parte de quem é de direito, não tem dito respostas.
“Isso prejudica, porque temos dias certos das nossas contas de telefone, água e luz. Com o não pagamento, pagamos com juros. Fica o prejuízo para o nosso bolso”, esbraveja uma recepcionista.
Os funcionários públicos e Agentes do Estado, dizem que o problema se prolonga desde 2015.
Um motorista de Ambulância, que falou em anonimato, relata que ele e outros dois colegas de profissão com os quais tem contato nunca receberam ordenados de horas extras bem como ajudas de custos quando transportam pacientes transferidos dos centros de saúde do distrito de Ancuabe para hospital provincial de Pemba.
“Eu pelo menos e os meus colegas, nunca recebemos ajudas de custos do dinheiro do serviço de Distrital, e este acrescenta ainda que a situação também levou os enfermeiros locais a deixar de aceitar acompanhar doentes transferidos de Ambulâncias do distrito para a capital provincial, isto por conta do mesmo problema. ” Nas viagens de urgências já não levamos enfermeiros que poderiam resolver qualquer emergência durante as transferências de pacientes, porque não pagam ajudas de custo”.
Ele diz ter recebido várias ligações com intimidações para que não reclame os problemas por ele vivido. “Se você fizer qualquer tipo de manifestação, das duas uma: ou fazem ameaças”.
Segundo os profissionais, nas viagens de serviço são obrigados a usar os seus números para custear alimentação, alojamento entre outras necessidades.
Outro problema tem haver com as condições precárias de trabalho acompanhados com a falta de material de trabalho. ” estamos sem instrumentos de aferição de pressão em número suficiente e aparelhos de eletrocardiograma quebrados, em medicamentos até os centros de saúde ficam um mês sem energia o que tem afectado duramente as maternidades.
Face a este cenário, tentamos sem sucesso entrar em contacto com o governo distrital local para termos esclarecimentos. (Moz24h)