Por Quinton Nicuete
Vários empresários moçambicanos têm levantado críticas severas contra o Governo, acusando-o de restringir o acesso às divisas, principalmente ao dólar americano, e de favorecer um grupo seleto de operadores ligados ao poder político, descritos por alguns como “empresários lambi-botas”.
Segundo relatos recolhidos de diversos setores do empresariado, o Banco de Moçambique tem restringido a disponibilidade de divisas no mercado formal, o que tem dificultado significativamente a importação de bens essenciais, incluindo combustível, medicamentos, peças de reposição e matéria-prima para indústrias.
No entanto, enquanto muitos enfrentam essas barreiras, há empresários que, segundo as denúncias, continuam a importar sem limitações o que levanta suspeitas de discriminação e favorecimento político.
Essa alegada gestão politizada do acesso às divisas está a provocar descontentamento generalizado, e muitos alertam para um risco crescente de colapso económico em setores estratégicos, devido à incapacidade de importar insumos essenciais.
Até ao momento, as autoridades monetárias e governamentais mantêm-se em silêncio sobre estas alegações. No entanto, especialistas em economia advertem que a confiança dos investidores e empresários nacionais pode ser abalada, caso se confirme que o critério para alocação de divisas não está baseado na produtividade, relevância económica ou mérito.
As vozes do setor privado apelam por transparência, equidade e uma política cambial justa, que não penalize os que se mantêm independentes e críticos, mas que cumprem com as obrigações fiscais e contribuem ativamente para o desenvolvimento económico do país. ( Moz24h)