INTEGRITY-MOÇAMBIQUE, 14 de março de 2024-O Deputado da Bancada Parlamentar da RENAMO, António Muchanga denunciou ontem (13.03) durante à IX Sessão Ordinária da Assembleia da República (AR) direccionada sobre a apreciação das informações do governo na componente de perguntas e respostas, uma suposta “podridão administrativa na empresa pública Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), actualmente presidida pelo mediático economista e gestor Tomás Matola.

De acordo com António Muchanga “na HCB chegam notícias horríveis sobre a gestão do actual PCA, onde a apetitosa área de Procurement passou a estar sob a gestão pessoal, e muito se dúvida da competência das pessoas que indicou para a gestão daquela empresa naquela área, mais uma gestão ao estilo bottle stores das Linhas Aéreas de Moçambique instalando-se na HCM. Isto acontece porque o PCA tem uma missão, facilitar e alimentar a família de quem é Chefe do Governo.”
Acrescentando Muchanga afirmou que “ainda na HCB, o PCA nomeou seu irmão para Director de Hidrologia e Segurança de Barragem, tem um dos salários mais altos, também trouxe amigos do irmão que fazem parte de um grupo de estique da família deles para HCB. O irmão do PCA, em quem manda e desorganiza a empresa. Tirou também o Director financeiro, que está há quatro meses na empresa sem Director financeiro. Tirou o Director de Recursos Humanos que estava na empresa há 15 anos e colocou um amigo que está a fazer contratações sem concurso público a mando do PCA.”
Segundo António Muchanga, “houve concurso de beleza na Escola local, onde concorreu a filha do irmão do PCA, mas que perdeu, porque de beleza não tem nada, o assunto foi discutido com o Presidente do Júri que é um professor da referida escola. A filha do irmão do PCA não ganhou e o professor, presidente do júri foi sacrificado porque não protegeu a filha do irmão do PCA que se gaba de ser amigo do Presidente da República.”
Em seguida, o Deputado da Bancada Parlamentar da RENAMO questionou ao Primeiro Ministro, Adriano Maleiane, o porquê da HCB estar sem um Director Financeiro há quatro meses. Por que é que o PCA ficou com os pelouros de Procurement e Projectos?
De referir que estas denúncias feitas pelo Deputado Muchanga enquadram-se no âmbito da violação do artigo 38 da Lei de Probidade Pública. Entretanto, está não é a primeira acusação feita contra a actual gestão do PCA da HCB, em finais do mês de janeiro de 2024 o Director do CDD, Adriano Nuvunga questionou sobre o destino do endividamento opaco e não transparente em cerca de 250 milhões de euros, principalmente num momento que lucros apresentados pela empresa têm sido superavitários.
Na ocasião, a HCB emitiu um comunicado afirmando que os questionamentos levantados pelo Professor Nuvunga não passavam desinformação, e dois meses depois, um dos deputados mais informados e com faro investigativo em tudo fala, António Muchanga denuncia alegada “podridão administrativa na mesma empresa”. (Omardine Omar)