Por CF

No primeiro dos sete dias de paralisão geral e manifestações que deverão culminar com um marcha na cidade de Maputo, o comandante-geral da Polícia, Bernadino Rafael, esteve em conferência imprensa esta quarta-feira acompanhado do presidente do Podemos, Albino Forquilha. Em discurso próprio de um político, Bernadino Rafael, acentuou os malefícios das manifestações que em alguns momentos desembocam em violência. Lamentou o facto de os seus homens estarem a ser vítimas de bombas de fabrico caseiro. De facto, alguns jovens têm estado a usar bombas de fabrico caseiro em retaliação acção da polícia que tem estado a disparar balas verdadeiras contra os manifestantes.
A Ordem dos Médicos de Moçambique disse nas duas anteriores fases de manifestações contra os resultados eleitorais, foram registados 10 mortos e 63 feridos. A Ordem disse mesmo que “ a Polícia disparou a matar”. Mas sobre a morte de civis o comandante-geral da Polícia nada disse. Bernardino Rafael referiu-se a “oportunistas “ que aproveitam das manifestações roubar e vandalizar bens públicos e privados. Mas ao que parece, tudo o que o “político” comandante-geral da Polícia queria era apelar à população a exercer as suas actividades normais apesar dos protestos e da paralisação geral convocada por Venâncio Mondlane. Depois dele, Albino Forquilha, falou aos microfones.
Com um discurso bem construído, Forquilha referiu-se o direito a manifestação e também o direito dos cidadãos lutarem contra as injustiças. Para a situação presente, referiu-se ao direito dos moçambicanos manifestarem- se contra a “ injustiça eleitoral”. Contudo, Albino Forquilha, acabou dizendo o que o comandante-geral da Polícia queria ouvir: “ as pessoas devem ir trabalhar”.
Albino Forquilha entrou em contradição com o que ele disse esta terça-feira na reunião com os outros partidos da Oposição. Esta terça-feira, Albino Forquilha e outros líderes de partidos da Oposição, disseram estar unidos nas manifestações e na greve geral como forma de constestarem os resultados eleitorais que
consideram de “fraudulentos”.
A posição de Albino Forquilha assumida na conferência de imprensa com o comandante-geral de Polícia já começa a levantar questionamentos. Há quem mesmo que acredite que Forquilha pode estar a ser vítima da chantagem por parte do regime de Maputo.
Mas em todo o caso, não é de esperar que Albino Forquilha tenha capacidade de desmobilizar o povo que se manifesta em resposta ao apelo de Venâncio Mondlane. (Moz24h)