AElectricidade de Moçambique (EDM) informou que mais de 200 mil clientes estão sem corrente eléctrica nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, Norte de Moçambique, devido aos efeitos da passagem do ciclone Chido, salientando que a situação se verifica desde a noite de sábado, 14 de Dezembro.
Em termos específicos, a instituição descreveu que os locais mais afectados são os distritos de Mecufi, Metuge, Macomia, Quissanga, Ilha do Ibo, Muidumbe, Mueda, Nangade, Palma, Mocímboa da Praia, Chiúre, Ancuabe, Montepuez, Namuno e Meluco, além da cidade capital de província, Pemba, em Cabo Delgado, bem como Eráti e Memba, em Nampula.
“Apesar do mau tempo persistir, dificultando os acessos e as comunicações, os técnicos da EDM estão no terreno a realizar trabalhos de intervenção no equipamento danificado ou com anomalia para permitir o restabelecimento do fornecimento às zonas afectadas o mais breve possível”, garantiu a empresa.
O Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE) avançou que o ciclone tropical intenso Chido, de escala 3, atingiu a zona costeira do Norte de Moçambique na noite de sábado para domingo, salientando que o mesmo “enfraqueceu para tempestade tropical severa”, mas que “continua a fustigar” aquelas duas províncias do norte, com chuvas muito fortes acima de 250 milímetros por hora, acompanhadas de trovoadas e ventos com rajadas fortes.
“Este cenário apresenta risco elevado risco de inundações urbanas e erosão nas cidades de Pemba, Nacala e Lichinga, assim como em áreas baixas e ribeirinhas das bacias dos rios Muaguide, Megaruma, Lúrio”, referiu a entidade.

Conforme a Lusa, equipas de apoio humanitário das Nações Unidas foram mobilizadas para Cabo Delgado, face à aproximação do ciclone. As autoridades nacionais admitiram na quinta-feira (12), que cerca de 2,5 milhões de pessoas poderão ser afectadas pelo ciclone Chido nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, mas apontaram ainda as províncias de Zambézia e de Tete, no Centro, e Niassa, no Norte, como algumas que poderão ser também afectadas pelo mau tempo.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afectados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre Outubro e Abril.
O período chuvoso de 2018-19 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o País.
Já na primeira metade de 2023, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afectaram mais de 1,3 milhão de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3200 salas de aula, de acordo com dados oficiais do Governo. (DE)