Voz Desperta, Fraude Exposta
O fotojornalista viu Maputo arder,
lente crua, flagrando o chão a tremer
Capturou o grito que não se cala,
num país onde a verdade sangra.
Democracia de faz de conta, máscara posta,
fraude nas urnas, silêncio imposto
Mais votos que gente, números falsos,
muros erguidos, sonhos esmagados.
Nossos avós mataram o cão tinhoso
com mãos vazias, punhos firmes, corajosos.
Hoje combatemos a hiena oportunista.
ratazana fria, noite traiçoeira.
Quando a consciência rasgou o véu,
cinquenta anos rugiram ao céu.
O povo explode, não aceita dormir,
história na mão, pronto a ferir
Entre cinzas, lágrimas, a força germina–
raiz funda, firme, chama que domina.
Consciência adormece, mas jamais morre,
a verdade é fogo nunca foge.
Ismael Miquidade