Por CF
O candidato presidencial suportado pelo partido Podemos, Venâncio Mondlane, disse esta segunda-
feira que no dia 2 dia Janeiro, próxima quinta-feira, vai anunciar as medidas da seguinte fase das
manifestações denominada “ponta de lança”. Este anúncio significa que caiu por terra a ideia de cinco
dias de tréguas nas manifestações, sugerida por diversas organizações nacionais e internacionais que
para o efeito contactaram o candidato presidencial que se auto-proclamou vencedor das eleições de 9
de Outubro.
Ainda não está claro em que consistirá a referida fase das manifestações. Mas em algum momento,
Mondlane terá dito que será “algo nunca visto”. Em certos círculos especula-se que Venâncio Mondlane
pretende armar o povo. Mas esta ideia foi por si refutada em entrevista ao canl de televisão CNN
Portugal. Contudo, na mesma entrevista, Mondlane terá dito que há forças que pretendem defender o
povo dos assassinatos protagonizados pela Polícia. Vale a pena dizer que a nova fase das manifestações
vai acontecer num momento em que elas têm cada vez menos apoio e aderência.
O vandalismo e destruição de unidades industriais e comerciais que se seguiu ao anúncio de validação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional, afastou muitos da causa defendida por Venâncio Mondlane. Muitos foram os que perderam os seus negócios e muitos mais perderam os seus empregos. A
Confederação das Associações Económicas, CTA, fala em pelos menos 12 mil postos de trabalho
perdidos. E caso, as manifestações continuem com dimensão violenta muitos outros serão perdidos. A
instituição que representa os patrões também refere-se ao facto de haver investidores a abandonarem
Moçambique.
Ao que tudo indica, Venâncio Mondlane tem consciência de que há muitos a distanciarem-se da causs
por ele liderada. Talvez, por isso, falou na necessidade de voltar a criar-se “ a união entre os
moçambicanos”. Ele sugere que na passagem do ano, os moçambicanos cantem o hino nacional juntos
nas suas zonas de residência.
Independentemente do que fôr a a fase “ponta de lança”, começa a ganhar corpo a ideia de que Venâncio
Mondlane não pode continuar a pedir sacrifícios aos moçambicanos. Aliás, há quem diga que cada vez
menos Mondlane mostra ter uma estratégia clara de onde se quer chegar. E a repressão policial
continua a aumentar o número de mortos. As morgues na cidade e província de Maputo estão superlotadas e as famílias encontram dificuldades de identificar os corpos dos seus ente queridos. Aliás, acredita-se que teria sido mais sábio da parte de Venâncio Mondlane decretar a trégua de cinco dias o permitiria muitos refazerem-se da dimensão de vandalismo e destruição das manifestações.(Moz24h)