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Perspectivas Económicas: BAD Prevê “Recuperação do Sector Extractivo”

(DE) Texto: Redacção • Fotografia: D.R.

Há um calendário que segue a mesma cadência anual: depois das habituais previsões dos Encontros de Primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (BM), em Abril, em Washington, surgem as perspectivas do Banco Africano de Desenvolvimento, tradicionalmente publicadas durante os seus encontros continentais, em Maio, cada ano numa cidade diferente, e este ano, Abidjan, na Costa do Marfim, foi a capital anfitriã para quase 5000 pessoas.

O BAD prevê uma “recuperação do sector extractivo” em Moçambique, que deverá impulsionar um crescimento da economia “para 2,7% em 2025 e 3,5% em 2026”, segundo uma análise à situação do País. “A inflação deverá aumentar para 4,8% em 2025  e crescer para 5,2%, em 2026, devido ao aumento dos preços dos alimentos locais”, acrescentou a instituição financeira, no capítulo dedicado ao País no relatório de Perspectivas Económicas Africanas (AEO, sigla inglesa) de 2025.

Défice a descer em 2026?

As previsões para Moçambique sucedem a um crescimento mitigado do PIB de 1,8% em 2024, devido ao “declínio da produção nas indústrias extractivas e na agricultura”, após um crescimento de 5,4% em 2023, nota o BAD – recordando também a descida da inflação: 7% em 2023 e 3,2% em 2024. Agora, o défice orçamental “deverá aumentar para 5,4% do PIB em 2025 e depois diminuir para 4,5% em 2026 devido à consolidação orçamental”.

 

 

Riscos: agitação sociale incerteza externa

O AEO 2025 foi publicado no final de Maio, durante as reuniões anuais do BAD cujo tema central foi a mobilização dos recursos do continente, libertando-o de dependência externa – a propósito do fechar da torneira dos EUA e de outras fontes de financiamento para o desenvolvimento e ajuda humanitária.

No caso de Moçambique, os principais riscos para o crescimento incluem “as alterações climáticas, a agitação social e os seus efeitos nas actividades económicas, os cortes na ajuda externa e as tensões comerciais” a nível mundial.

Os números reflectem “uma resiliência forjada por ganhos arduamente conquistados na última década”, Akinwumi Adesina, presidente cessante do BAD

O BAD deixou ainda uma série de recados: considera urgente melhorar a eficiência das despesas públicas (um velho alerta dos parceiros de desenvolvimento), combater fluxos financeiros ilícitos e sair da lista cinzenta do GAFI – Grupo de Acção Financeira (ver caixa)

Resiliência prevalece no cenário continental

A nível continental, sem surpresas, o BAD reduziu as estimativas de crescimento económico para este e para o próximo ano, devido à incerteza  global nos mercados. “Por entre  choques recorrentes e a incerteza global induzida pelas tarifas [comerciais], a perspectiva de crescimento de África (…) foi reduzida em 0,2 e 0,4 pontos percentuais para 3,9% e 4% em 2025 e 2026, respectivamente”. Ainda assim, prevê-se que 21 países alcancem um crescimento superior a 5% em 2025, e que 13 das 20 economias em maior crescimento no mundo estejam em África.

Os números reflectem “uma resiliência forjada por ganhos arduamente conquistados através de reformas internas eficazes, diversificação e gestão macroeconómica melhorada na última década”, indicou o presidente cessante do BAD, Akinwumi Adesina, numa nota introdutória.

 

 

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