As autoridades moçambicanas defenderam hoje a urgência da criação de equipas institucionais de resposta a incidentes de segurança cibernética, alertando que a proteção das infraestruturas críticas de informação é vital para o funcionamento dos serviços essenciais.
“Aproteção de infraestruturas criticas de informação abrangendo os setores-chave é vital para o funcionamento do fluxo dos serviços essenciais à sociedade e à economia do nosso país”, disse o presidente do Instituto Nacional de Tecnologias de Informação e Comunicação (INTIC), Lourino Chemane, em Maputo, no arranque da Semana Internacional de Segurança Cibernética.
Na mesma intervenção, defendeu que as instituições devem criar “com prioridade” mecanismos operacionais para lidar com incidentes, sublinhando que os setores estratégicos em Moçambique dependem de sistemas digitais vulneráveis, pelo que cada entidade pública e privada deve estabelecer a sua própria equipa de resposta a ciberataques.
“Exortamos as entidades responsáveis para a gestão de infraestruturas críticas de informação para a criação, com prioridade, das efetivas equipas institucionais de resposta a incidentes de segurança cibernética”, acrescentou.
A Semana Internacional de Segurança Cibernética inclui a segunda reunião nacional das equipas de resposta a incidentes (CSIRTs) e ações de formação dirigidas a técnicos da função pública e do setor privado, para reforçar capacidades de prevenção e resposta a ciberataques.
O encontro inclui debates sobre geopolítica digital, ciber-diplomacia e inteligência artificial.
No mesmo evento, foi assinado um memorando de entendimento em Moçambique e o Togo, com objetivo de reforçar a cooperação entre os CSIRT dos dois países, com foco na partilha de informação sobre ameaças emergentes e no fortalecimento da resiliência regional.
Segundo Lourino Chemane, a parceria “constitui um marco importante” na resposta conjunta às ameaças digitais, alinhando Moçambique com a Política Nacional de Segurança Cibernética e com o objetivo de construir um “ecossistema digital africano mais seguro e resiliente”
“A assinatura deste acordo reforça o compromisso de Moçambique em trabalhar com outros países africanos para garantir um ciberespaço mais seguro, confiável e inclusivo” concluiu, citado em nota publicada na pagina oficial da Instituição.
O memorando estabelece quatro áreas prioritárias de cooperação: Reforço das capacidades técnicas e operacionais das equipas de resposta a incidentes dos dois países, partilha de informação sobre ameaças e vulnerabilidades emergentes, promoção do intercâmbio de conhecimentos e boas práticas e o contributo para o fortalecimento da resiliência cibernética de Moçambique, do Togo e da região africana.
Os crimes cibernéticos em Moçambique cresceram 16% no ano passado, face a 2023, alertou em 05 de junho a procuradora-geral adjunta Amabélia Chuquela, justificando o cenário com a insuficiência de meios e de sensibilidade pública para o problema.
“Os crimes que têm sido mais perpetrados estão relacionados com as fraudes relativas aos instrumentos e canais de pagamento eletrónico, mas também à burla informática e nas comunicações”, disse Amabélia Chuquela.
