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Governador de Cabo Delgado admite falhas do seu Executivo face ao recrudescimento dos ataques terroristas

Por Quinton Nicuete

 

 

Em encontro com jornalistas realizado na segunda-feira (22/12), o governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, assumiu que o seu governo falhou ao não dar a devida atenção aos alertas da imprensa sobre o recrudescimento da violência na província.

Segundo Tauabo, durante o ano, embora houvesse sinais de instabilidade, o Executivo mantinha a percepção de que a situação estava controlada:
“Em algum momento, do vosso lado, como parceiros, também foram reportando, de alguma maneira, que era o recrudescer da situação, e nós tentávamos fugir desse vocabulário, que não era o recrudescer. Ainda continuávamos com uma certa estabilidade.”

O governador explicou que o padrão de deslocamento da população mudou: muitas famílias procuravam refúgio dentro das próprias aldeias ou em distritos próximos, enquanto outras migraram entre Cabo Delgado e Nampula, especialmente após os ataques em Chiúre e Memba.
“Tivemos que receber centenas de famílias para poderem ser acomodadas e asseguradas, para encontrar um conforto. E isso ainda se reflete até hoje.”

Tauabo destacou a importância da imprensa no acompanhamento da situação de segurança:
“A notícia sempre é um meio importante para qualquer um. Ela é educativa, cria um chamariz de atenção se alguma coisa está a ir de forma contrária.”

O governador reconheceu que, até outubro, havia esperança de manter alguma estabilidade, mas os últimos ataques obrigaram o governo a adotar medidas emergenciais humanitárias para proteger a população deslocada:
“As primeiras medidas são sempre aquelas de emergência, de forma humanitária, para assegurar a população e dar esperança para dias melhores.”

Valige Tauabo sublinhou ainda que o foco do Executivo nos próximos dias será proporcionar condições de segurança e conforto às famílias deslocadas, permitindo que possam passar as festas natalícias com tranquilidade e, futuramente, regressar às suas aldeias.
“Estamos mais virados para o bem-estar da nossa população deslocada e que deve regressar rapidamente para as suas aldeias, mas para isso é preciso que o trabalho das Forças de Defesa e Segurança garanta a estabilidade.”

Por fim, o governador fez um apelo à colaboração entre imprensa, governo e forças de defesa:
“Vamos trazer uma exortação para todos, mas isso não nos impede de mostrar um pouco do que foi feito e sublinhar aquilo que é necessário continuar a realizar.” Moz24h

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