Por Quinton Nicuete
O gestor do Comité de Gestão dos Recursos Naturais da localidade de Nacoma, no distrito de Meconta, província de Nampula, foi exonerado na semana passada pelo administrador distrital, após ter ficado provado o desvio de cerca de 150 mil meticais. O montante em causa corresponde aos 40 por cento das receitas provenientes da exploração de recursos naturais, destinados às comunidades locais.
De acordo com informações apuradas pelo jornal Woona, a denúncia foi apresentada durante uma reunião pública entre a população de Nacoma e o administrador distrital de Meconta, Orlando Muaievano, que se deslocou àquela região no âmbito de uma visita de trabalho.
Segundo relataram os residentes, uma empresa, cujo nome não foi revelado, havia entregue o valor de compensação às comunidades, tendo sido discutidas localmente as formas de aplicação. Parte dos moradores defendia a utilização da verba para a abertura de uma fonte de abastecimento de água, enquanto outros sugeriam a construção de uma maternidade, tendo em conta que as parturientes percorrem até 100 quilómetros para aceder aos serviços de saúde mais próximos.
Contudo, o responsável pelo Comité decidiu, de forma unilateral, atribuir dez mil meticais ao líder comunitário e igual montante a uma cidadã, apropriando-se do restante valor.
Face às denúncias, o administrador distrital exonerou de imediato o gestor e determinou a devolução da quantia no prazo de 30 dias, sob pena de responsabilização criminal.
“Ordeno que esse valor seja devolvido no prazo de trinta dias. Esta medida é tomada por misericórdia, porque, na pior das hipóteses, todos os envolvidos já estariam detidos pelas autoridades para responder criminalmente. Foram confiados pelo povo para trabalhar em benefício do povo e devem satisfazer os interesses da população”, afirmou Muaievano.
Durante o encontro, outro residente denunciou ainda práticas de cobranças ilícitas por parte de um Agente Polivalente de Saúde, que exigiria pagamentos indevidos por serviços que, em princípio, são gratuitos.
Em resposta, o administrador anunciou a rescisão imediata do contrato com o referido agente, garantindo a sua substituição. “No hospital, a consulta custa um metical e a receita para aquisição de medicamentos cinco meticais. A comunidade deve eleger outro cidadão de reconhecida integridade para assumir estas funções”, sublinhou.
Orlando Muaievano reafirmou a política de tolerância zero à corrupção e garantiu que será implacável contra todos os funcionários envolvidos em práticas ilícitas. Moz24h