Após dez dias no Auditório do BCI, em Maputo, foi encerrada neste Domingo (27/10) a exposição “Retalhos de uma Vida”, da artista plástica moçambicana Ancha Bucuane. A mostra, que combina pintura e artesanato, apresentou obras únicas que exploram o abstracto por meio de diversas técnicas, incluindo colagem com jornal, vidro, tinta plástica e gesso.
Ancha Bucuane, conhecida por sua abordagem inovadora, reutiliza madeira e materiais recicláveis, criando peças que reflectem uma rica variedade de emoções e sentimentos. Na cerimónia de abertura, a Directora das Mediatecas do BCI, Carla Mamade, destacou a importância de apoiar jovens artistas: “é sempre um prazer para o BCI apoiar os criadores, que através do seu talento ajudam a enriquecer a cultura moçambicana”. Segundo Mamade, o BCI valoriza iniciativas criativas e inspiradoras, reafirmando o seu compromisso com a sustentabilidade, um dos pilares estratégicos da instituição.
Por seu turno, a artista considerou que a sua exposição é um tributo póstumo aos seus progenitores, que sempre foram uma fonte de inspiração. Ancha utiliza palha, fibras de caules de bananeiras e fios de palha de milho nas suas criações, sempre com uma perspectiva de “desperdício zero”, incorporando lascas de vidro quebrado como parte do seu processo artístico.
Além de artista plástica, Ancha é carpinteira e combina a sua paixão pela arte com a produção de quadros de madeira que emolduram as suas obras, trazendo uma nova dimensão emocional a cada peça. “Toda a minha arte parte dos meus sentimentos”, afirmou Ancha. “Eu pinto saudade; a minha arte é sentimento.”
“Retalhos de uma Vida” é a segunda mostra da artista, acolhida pelo Banco. Em Novembro de 2022, Ancha Bucuane expôs, no mesmo auditório, a colecção intitulada “A Outra Face”, que reuniu obras de pintura e escultura, cruzando o abstracto em acrílico e óleo, além da mistura de acrílico e colagem.
A exposição “Retalhos de uma Vida” não apenas celebrou a arte de Ancha Bucuane, reforçou também os laços entre a cultura e a sustentabilidade.