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Chapeiros em Pemba paralisam actividade e denunciam abusos de polícia de trânsito

 

Por Redação

A cidade de Pemba viveu uma manhã de caos relativo nesta segunda-feira, depois de os chapeiros terem decidido suspender todas as suas actividades numa manifestação pacífica contra alegadas práticas abusivas do polícia de trânsito conhecido como Damião. A circulação na cidade encontra-se severamente condicionada, deixando centenas de moradores e passageiros em dificuldades para se deslocar.

Os condutores denunciam que têm sido vítimas de multas recorrentes e arbitrárias, apreensão de cartas de condução e detenções sem justificação. Mais grave ainda, segundo os chapeiros, é o facto de o agente passar o seu contacto pessoal por detrás do canhoto das multas, uma prática que levantaria suspeitas de cobrança ilícita e favorecimento. Além disso, alguns polícias estariam a usar viaturas particulares para autuar condutores, comportamento que, alegam, infringe o Código da Estrada e coloca em causa a segurança e a equidade no trânsito.

Afai Mussage, motorista e operador de chapa no município de Pemba, descreve a situação com indignação:
“Recebi multas daqui para ali, de forma constante. Quem faz isto? É o Damião. Ele pede dinheiro, leva a carta, dá multa… tudo ao mesmo tempo. Isto não é justo. Estamos a pedir que isso acabe. Eu sou motorista, sou chapeiro mesmo, e é impossível ver a cidade parada por causa de actos destes. Não há semáforos em vários pontos, nem no aeroporto, nem na praia. É uma situação que precisa de ser resolvida imediatamente.”

Momande Nuro, também motorista e operador de chapa em Pemba, acrescenta:
“Decidimos manifestar-nos porque estamos fartos do senhor Damião. Ele aplica multas que começam em 10 mil e chegam a 15 mil meticais. Quando pagamos, deixa-nos seguir, mas depois persegue-nos noutras paragens. Por isso, paramos de trabalhar como protesto pacífico. Não destruímos nada, apenas exigimos justiça. Estivemos no estádio com o chefe das operações e o vereador do município, e disseram que o Damião será treinado e a motorizada estará paralisada enquanto se regulariza a situação. Aqueles que costumavam perseguir os condutores agora não existem. Isto é resultado da nossa união e coragem em denunciar.”

O protesto deixa claro que a população e os condutores não estão dispostos a aceitar abusos reiterados. Até ao momento, a Polícia da República de Moçambique não se pronunciou, mantendo o silêncio perante denúncias que colocam em causa a integridade do serviço público e a segurança viária. (Moz24h)

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