A Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN) está a ser alvo de fortes críticas pela forma como se apresentou na 60.ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM). Observadores e visitantes consideram que a instituição gastou valores “exorbitantes” na montagem de stands, ornamentação, material promocional, deslocações e subsídios, numa altura em que as populações do norte do país enfrentam fome, deslocamentos e ausência de infraestruturas básicas.
Segundo relatos recolhidos no local, a estrutura da ADIN e de outras instituições públicas parecia mais um “mercado improvisado”, com cada entidade preocupada em agradar ao Presidente da República, em vez de privilegiar a promoção objectiva de projectos de desenvolvimento.
A norma internacional para feiras do género recomenda stands de, no máximo, 36 metros quadrados. Contudo, na FACIM, espaços de apenas 9 metros quadrados eram comercializados a cerca de 78 mil meticais cada, sem incluir custos de ornamentação, indumentária, alimentação e logística.
“É chocante ver tanto dinheiro gasto enquanto milhares de famílias no norte continuam sem acesso a alimentos e infraestruturas básicas. Esses valores deveriam ser canalizados para apoiar deslocados de terrorismo, vítimas de ciclones ou para investigar na melhoria das estradas como a EN1 ou para serviços sociais urgentes”, lamentou um visitante.
Observadores questionam a utilidade prática da presença da ADIN na feira e exigem que sejam apresentados resultados concretos que justifiquem a despesa. “É preciso saber se houve retorno real ou se se tratou apenas de mais uma vitrine sem impacto para as comunidades que a agência devia apoiar”, referiu outro participante.
A percepção generalizada é de que a ADIN, criada para impulsionar o desenvolvimento do norte de Moçambique, continua a falar muito e a fazer pouco, investindo mais em aparências do que em acções concretas. (Moz24h )