Por Quinton Nicuete
aguardado julgamento do ativista e académico moçambicano Adriano Nuvunga, no denominado caso dos “219 milhões de meticais”, foi suspenso esta quarta-feira (5) pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, após a defesa ter apresentado questões de ordem técnica e jurídica que necessitam de apreciação por instância superior.
Segundo Times de todos, Nuvunga compareceu à Quarta Secção do Tribunal para o início da audiência, relacionada com alegações de que uma quantia de 219 milhões de meticais teria sido entregue a Albino Forquilha, supostamente para influenciar a divulgação dos resultados das eleições gerais de 9 de outubro.
No entanto, o julgamento acabou por não avançar conforme o previsto. À saída da audiência, Adriano Nuvunga confirmou a suspensão temporária do processo, afirmando que se mantém calmo e confiante na justiça moçambicana.
“A sessão decorreu de forma tranquila, mas foi suspensa. Sou ativista e sempre que compareço é para defender causas sociais, não questões pessoais. Tenho plena confiança na minha equipa de advogados, que está a tratar dos aspetos técnicos deste caso”, declarou Nuvunga à imprensa.
O advogado de defesa, Elídio Macia, explicou que o tribunal reconheceu a pertinência das questões levantadas, determinando que estas sejam submetidas ao Tribunal Superior para análise.
“Apresentámos matérias de direito que o Tribunal entendeu deverem ser apreciadas por uma instância superior. O processo não está encerrado, apenas suspenso até que o Tribunal Superior se pronuncie”, esclareceu o advogado.
Macia evitou divulgar detalhes sobre as questões apresentadas, invocando o respeito pelo segredo de justiça, mas assegurou que a defesa mantém confiança no desenrolar legal do processo.
“Por respeito ao Tribunal e às regras processuais, não podemos entrar em pormenores. O importante é que acreditamos na justiça e aguardamos serenamente a decisão que virá”, acrescentou.
O caso dos “219 Milhões” tem despertado forte atenção pública e mediática, sendo considerado um dos processos mais sensíveis da atual conjuntura política moçambicana, por envolver alegações de corrupção e tentativa de manipulação eleitoral. Diversas organizações da sociedade civil têm acompanhado o caso de perto, sublinhando a importância da transparência e do respeito pelos princípios do Estado de Direito. Moz24h

