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RDF reforça presença em Macomia com nova posição em Pangane para estrangular logística insurgente

Foto: Estacio Valoi/ Militar Ruanda

 

As forças do Rwanda reforçaram, esta segunda-feira, a sua presença no litoral de Macomia ao estabelecer uma nova posição militar na aldeia de Pangane, movimento que visa travar as rotas logísticas utilizadas pelos insurgentes que circulam entre Quiterajo e as zonas mais a sul do distrito.

De acordo com relatos de residentes, esta instalação complementa o posto já existente em Mucojo Sede e integra uma estratégia de cerco destinada a limitar a mobilidade dos grupos armados, confinando-os progressivamente à foz do rio Messalo, área onde se acredita estar localizada uma das principais bases insurgentes.

As Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) têm procurado, sem sucesso definitivo, desalojar estes combatentes da região da floresta de Catupa, considerada um dos seus últimos redutos operacionais. Com a entrada das tropas ruandesas em Pangane, espera-se que o acesso a Catupa se torne mais viável após um período de estrangulamento das linhas de abastecimento dos insurgentes.

A localização do novo posto é vista como particularmente estratégica, já que permite bloquear o acesso dos grupos armados ao mar e às pequenas ilhas próximas da costa, pontos recentemente usados para operações logísticas.

Macomia foi, até meados de 2024, zona sob responsabilidade das forças sul-africanas integradas na missão da SADC (SAMIM). A retirada da SANDF abriu brechas de segurança que facilitaram a expansão da violência para áreas anteriormente controladas. As tropas ruandesas têm vindo a ocupar gradualmente as posições deixadas para trás, embora o seu esforço principal continue orientado para Palma e Mocímboa da Praia, onde se concentram os megaprojetos de gás natural liquefeito.

A presença ruandesa em Cabo Delgado foi formalmente prolongada através de um novo Acordo sobre o Estatuto das Forças, assinado em Agosto, que garante a permanência das RDF até 2029, ano coincidente tanto com o fim do primeiro mandato presidencial de Daniel Chapo como com o horizonte de conclusão das principais infraestruturas do setor do gás.

Enquanto isso, a violência mantém-se. Na noite de terça-feira, insurgentes atacaram a aldeia de Muambula, no distrito de Muidumbe, matando duas pessoas, entre elas um estudante da Escola Secundária local. Na mesma ação, raptaram dois civis e saquearam produtos alimentares de estabelecimentos comerciais.

O conflito jihadista em Cabo Delgado já ultrapassa oito anos e, apesar dos avanços operacionais reclamados pelo Governo, continua a impor medo e deslocações às comunidades, com ataques quase diários que evidenciam a persistência da ameaça armada. (

Fonte: https://moztimes.com/forcas-do-rwanda-abrem-nova-posicao-na-aldeia-de-pangane-para-cortar-logistica-de-insurgentes/

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