“Irmãos! Escutem os sinos de Roma! Eles não celebram, eles choram! – gritava ele, já em cima do púlpito. – O homem de Buenos Aires foi escolhido! Um jesuíta! Um sul-americano! É o fim do Ocidente! É o princípio da chongaria universal!
A catedral estava quase vazia. Uns velhos meio adormecidos, três senhoras de véus desbotados, e um jovem que carregava bancos por pão. Mesmo assim, Norberto pregava como se os céus tivessem descido.
— Um Papa do Sul hoje, um Papa bantu amanhã! Imaginem a missa com batuques! Imaginem Jerusalém de capulana! A profecia não mente: o último será o primeiro, e o mundo terminará ao som de um tambor mal-afinado!
Depois disso, Namicopo lembrava-se apenas do escuro. As luzes do comício apagaram-se por segundos. Quando voltaram, já ninguém sabia quem tinha trazido as cadeiras. Joel
distribuía panfletos com uma mão e apertava envelopes com a outra.
Julieta, no silêncio da (…), já não falava, mas a filha dela murmurou algo à beira da urna: — Hoje o voto é um pano dobrado. Amanhã será um cadáver costurado.”

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