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Missões internacionais deploram intromissão militar nas eleições da Guiné-Bissau

 

Por Quinton Nicuete

As missões de observação eleitoral da União Africana, da CEDEAO e do Fórum dos Anciãos da África Ocidental emitiram, nesta quarta-feira, uma declaração conjunta condenando a intromissão dos militares no processo eleitoral da Guiné-Bissau. As eleições legislativas antecipadas realizaram-se no último domingo, 23 de novembro de 2025, e foram inicialmente consideradas ordeiras e pacíficas pelos observadores internacionais.

Na declaração, os chefes das missões saudaram o povo guineense pela sua participação cívica e elogiaram o profissionalismo demonstrado pelos membros das mesas de voto, agentes de segurança e demais intervenientes que asseguraram a votação. Segundo o documento, estes elementos foram fundamentais para a realização de um processo transparente e organizado.

Apesar deste balanço positivo, os observadores expressaram profunda preocupação com a suspensão dos resultados eleitorais provisórios anunciada pelos militares, que assumiram o controlo do país horas após o encerramento da votação. As missões apelaram a todas as partes interessadas para que respeitem o processo e mantenham a calma enquanto aguardam a publicação oficial dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

O comunicado também manifestou preocupação com a detenção de altos oficiais, incluindo comissários da CNE, sem acusações formais, considerando que tal ação compromete os princípios de legalidade e transparência. Os chefes das missões reforçaram a necessidade de respeitar os direitos fundamentais de todos os cidadãos e de garantir um processo eleitoral justo e credível.

A mensagem dirigida ao povo da Guiné-Bissau enfatiza a importância de preservar a paz, a estabilidade e o bem-estar da população durante este período sensível. Os observadores internacionais reafirmaram o seu compromisso em apoiar o país no percurso democrático, apelando a todos os atores políticos e sociais para que trabalhem juntos em prol da estabilidade e do respeito às normas democráticas.

A declaração foi assinada por Filipe Jacinto Nyusi, chefe da missão da União Africana e antigo Presidente de Moçambique; Isifu Baba Bamba Kamara, chefe da missão da CEDEAO; e Goodluck Jonathan, chefe do Fórum dos Anciãos da África Ocidental e antigo Presidente da Nigéria. O documento foi emitido em Bissau, no dia 26 de novembro de 2025. Moz24h

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