A petrolífera norte-americana ExxonMobil avançou que o arranque da exploração de gás natural liquefeito (GNL) previsto para 2030, depende da melhoria da situação de segurança na província de Cabo Delgado, região Norte de Moçambique, que desde 2017 é assolada pelos ataques terroristas.
Numa intervenção em Maputo durante a 10.ª Cimeira e Exposição de Gás e Energia de Moçambique, o director-geral da ExxonMobil em Moçambique, Arne Gibbs, declarou que “o fim do conflito é crucial para garantir um ambiente sustentável de desenvolvimento”, reconhecendo, entretanto, a estabilidade proporcionada pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Citado pela Lusa, Gibbs garantiu que, após o levantamento da cláusula de “força maior” accionada em 2021 pela TotalEnergies, líder do consórcio da Área 1, a ExxonMobil vai começar a explorar a Área 4 da bacia do Rovuma, podendo arrancar com os trabalhos em 2030, com investimentos superiores a 300 milhões de dólares na fase inicial, incluindo expansão de infra-estruturas e criação de pelo menos 400 empregos directos para nacionais.
“A Decisão Final de Investimento (FID, na sigla em inglês) só será possível após o levantamento da força maior, que levou à suspensão das operações na Área 1. Acreditamos que o futuro de Moçambique no sector energético é brilhante. Com estabilidade e cooperação, este será um marco transformador não só para o País, mas para toda a região”, acrescentou.
O projecto Rovuma LNG Fase 1 representa um desenvolvimento significativo para o País e oferece uma oportunidade importante para o crescimento económico. O Rovuma LNG inclui a liquefacção e exportação de gás natural extraído dos campos da offshore Área 4 ao largo da Península de Afungi, em Moçambique.
“O LNG ajuda a moldar uma era inteiramente nova de soluções energéticas, e a McDermott desempenha um papel significativo nesta mudança global com mais de 60 anos de experiência em LNG”, disse, na altura, Rob Shaul, vice-presidente sénior do negócio de soluções de baixo carbono da McDermott.
O projecto da Exxon em Cabo Delgado – província a norte afectada há quase sete anos por ataques terroristas – previa, conforme estimativas iniciais, uma produção de 15,2 milhões de toneladas de gás por ano, mas actualmente a companhia antevê uma produção anual de 18 milhões de toneladas.
Arne Gibbs, tinha avançado, a 3 de Maio de 2024, a possibilidade de a decisão sobre o investimento ser tomada no final de 2025. “Estamos optimistas, estamos a avançar, mas reconhecemos que há ainda desafios”, disse o responsável.
São concessionárias da Área 4 a Mozambique Rovuma Venture (MRV) S.p.A, uma joint venture co-propriedade da Eni, da ExxonMobil e da CNODC (70%), a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos E.P. (10%), a Galp Energia Rovuma B.V. (10%) e a KOGAS Moçambique Ltd. (10%).