Contorcida em dores no pé esquerdo, envolto em ligaduras, o corpo a tremer-lhe, de rosto emudecido Yunassy Muchanga aceitou contar a sua versão sobre o evento decorrido no 10º andar do prédio número 914 da avenida Julius Nyerere que ele ocupara horas antes, após ter expedido um e-mail a Max Tonela a avisar-lhe que apartir daquela data iria passar a ocupar uma das duas flats no mesmo andar.
Segundo documentos obtidos pelo Moz24h, as duas flats são tituladas pelo casal desavido e em rotas de colisão que permitem aos moçambicanos esclarecidos em escrutinar as lógicas do poder.
Yunassy é ainda formalmente casada com Tonela Max, mais há mais de tres anos que estão separados. Durante a vigencia do matrimónio eles viveram primeiro numa casa da Hidroelectica de Cahora Bassa (HCB) onde aquele serviu como administrador. Enquanto o amor fluia, Yunassy fez de Tonela pai de dois filhos varões (já tinha sido casado e do anterior casamento teve duas raparigas) e constituiram património conjutamente. Como não há nada que não tenha principio e fim, com o final da relação Yunassy afirma que deveria ter ficado “na residencia que o tribunal atribui como onde fica a familia” . No entanto na tal residencia onde Yunassy clama pelo direito de habitar, vive lá o ministro que se prepara para as terceiras núpcias oficiais, assim que termine o desfecho do ainda prevalecente.
“Para não pertubar a paz do pai dos meus filhos, decidi arranjar emprego para dar um tecto aos nossos filhos” disse.
Estabelecida como consultora do Fundo de Desenvolvimento Sustentável, no famoso programa “Sustenta” Yunassy serviu o ministerio da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural quando este era dirigido pelo “todo poderoso” Celso Correia, o superministro e alegado homem de mão de Filipe Nyusi.
“Com o que ganhava conseguia pagar a renda de uma casa condigna para os nossos filhos”. Em finais de 2019, segundo nos contou, o seu contrato não é renovado no projecto e deste modo limitada de recursos para “continuar alugar uma casa, sabendo que temos uma casa vazia”. É ai que decidi por iniciativa própria se estabelecer no apartmento, não sem antes, por colocar ao corrente do ex-esposo. “Na tarde desse dia eu mandei lhe um email a informar que ia ocupar a flat ate que o tribunal decida”
“Agora somos todos cidadãos reportéres. Foi o que me salvou a vida”
Vai levar algum tempo para Yanice se restabelecer do choque psicológico que lhe foi imposto pelas arbitrariedades, que as nossas autoridades, por vezes, se submentem aos absurdos a que as nossas autoridades são obrigadas…
“Fui agredida na minha própria casa por quem devia me proteger”. Com a voz intercalada, quase rouca, aponta com o indicar direito à porta frontal “Foram os bombeiros quando estavam a arrombar a porta. Os miúdos estavam aterrorisados e choravam”. Enquanto decorria a tentativa dos cerca de 20 agentes do Estado, pagos pelos contribuintes de irromperem casa adentram “Eu telefonei para várias pessoas a informar que estava sendo sobre cerrado ataque da policia”. Com a chegada do seu advogado a um dos mais recentes edificios erguidos numa zona nobre da capital, a policia mesmo sem nada que justificasse “queriam me a todo o custo despejar. Entraram nos quartos a força armados enquanto o chefe deles falava ao telefone como se estivesse a obedecer a algum comando”. (L.Nhachote)