Facto inédito na Universidade Católica de Moçambique (UCM) com detenções por Tentativa de Fraude Académica um cenário aparentemente engendrado e com a policia a porta para deter os alegados envolvidos, não Expia os Pecados da Instituição
Por Tiago J.B. Paqueliua
Quatro estudantes do Instituto de Educação à Distância da Universidade Católica de Moçambique (UCM) foram detidos semana finda pelo Gabinete Provincial de Combate à Corrupção (GPCC) em Nampula, na sequência de uma operação que visou travar práticas fraudulentas durante a realização de exames.
De acordo com informações avançadas pelo GPCC, os estudantes foram surpreendidos em flagrante delito, na posse de telemóveis contendo respostas e outros materiais comprometedores, alegadamente enviados por terceiros, para facilitar a obtenção ilícita de aprovação nas provas em curso. As autoridades não descartam a hipótese de envolvimento de elementos ligados à própria instituição de ensino, com agravante dum dos detidos ter tentado corromper um dos investigadores com trezentos meticais para evitar o processo-crime.
COMENTÁRIO
É, no mínimo, tragicómico que a mesma Universidade Católica de Moçambique (UCM) — outrora fundada sob os auspícios de valores éticos, morais e espirituais — se veja, em pleno 2025, transformada num laboratório de pequenas e grandes delinquências administrativas. Não satisfeita em encenar o colapso do seu sistema informático, obrigando estudantes com propinas regularizadas a pagarem novamente — sob pena de perderem exames ou recorrerem a luvas para aceder às salas — vem agora a público brandir, como quem limpa a própria face, o estandarte moral da repressão a quatro pobres diabos apanhados com um telemóvel.
Na sua hipocrisia de púlpito e secretária, a UCM castiga os que trapaceiam por necessidade ou ingenuidade, mas não move uma única palha contra os que montam o circo para que a fraude de “recorrência forçada” floresça a 770 meticais por cadeira — negócio que, ao que tudo indica, faz mais um extra financeiro para os cofres da instituição que se diz pertencer a uma entidade religiosa.
Resta saber se, finda a fanfarra mediática, alguém se dignará a investigar o grosso da máfia que se alimenta da indulgência vendida à custa do desespero estudantil. Até lá, que se prendam os miúdos e se absolvam os adultos. (Moz24h)
Convidamos a todos os interessados na solução da situação, a revisitar a fonte-link abaixo:
