Parceiros globais anunciaram o grande reencontro no esforço a restauração do processo de vacinação de milhares de crianças perdido durante a pandemia da COVID-19 fazendo com que níveis essenciais de imunização diminuíssem em mais de 100 países e actualmente com mais de 25 milhões de crianças sem pelo menos uma vacinação só em 2021levando ao aumento de surtos de sarampo, difteria, poliomielite e febre amarela.
Segundo comunicado de imprensa o referido esforço tem como proposito o aumento da vacinação infantil registados em mais de 100 países desde a pandemia, devido à sobrecarga dos serviços de saúde, ao encerramento de clínicas e à interrupção das importações e exportações de frascos, seringas e outros produtos médicos. Entretanto, as comunidades e as famílias sofreram confinamentos, restringindo as deslocações e o acesso aos serviços, e os recursos financeiros e humanos foram limitados, bem como o acesso aos produtos de saúde, devido à resposta de emergência. Os desafios actuais, como os conflitos, as crises climáticas e a hesitação em vacinar, também contribuíram para o declínio das taxas de cobertura.
Liderado por um vasto leque de parceiros nacionais e mundiais no domínio da saúde “The Big Catch-up” -é um esforço alargado para elevar os níveis de vacinação das crianças para pelo menos, os níveis pré-pandémicos e tentar ultrapassá-los e também tem como objectivo assegurar serviços de cuidados de saúde primários mais sólidos para a imunização essencial no futuro.
São parceiros nesta iniciativa a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância ( UNICEF), a Gavi, a Aliança para as Vacinas e a Fundação Bill & Melinda Gates, juntamente com a Agenda de Vacinação 2030 e muitos outros parceiros de saúde globais e nacionais.
Ao mesmo tempo que apela aos cidadãos e aos governos de todos os países para que desempenhem o seu papel na recuperação do atraso, chegando às crianças que não foram vacinadas, a iniciativa “A Grande Recuperação” centrar-se-á especialmente nos 20 países onde vivem três quartos das crianças que não foram vacinadas em 2021.
Embora os níveis de cobertura global tenham diminuído, também se registaram pontos brilhantes de resiliência. Por exemplo, os primeiros relatórios indicam que a Índia registou uma forte recuperação na vacinação essencial em 2022, enquanto o Uganda manteve elevados níveis de cobertura durante a pandemia. Os países também foram bem-sucedidos em alcançar grupos em situações vulneráveis. No Quénia, por exemplo, a colaboração com trabalhadores comunitários de saúde e líderes locais melhoraram os níveis de vacinação entre as populações nómadas no norte do país.
Para garantir o progresso na vacinação infantil, os parceiros estão a trabalhar com os países para reforçar a força de trabalho dos cuidados de saúde, melhorar a prestação de serviços de saúde, criar confiança e procura de vacinas nas comunidades e colmatar lacunas e obstáculos à restauração da vacinação. Para além de recuperar o atraso na vacinação infantil, são necessários esforços redobrados para introduzir a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) nos adolescentes, a fim de prevenir o cancro do colo do útero, em especial nos países de baixo e médio rendimento, onde o fardo é mais elevado.” Diz o comunicado
O Diretor-geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou: “Milhões de crianças e adolescentes, em especial nos países de baixo rendimento, não receberam vacinas que salvam vidas, ao mesmo tempo que aumentaram os surtos destas doenças mortais. A OMS está a apoiar dezenas de países para restabelecer a vacinação e outros serviços de saúde essenciais. A recuperação do atraso é uma prioridade máxima. Nenhuma criança deve morrer de uma doença evitável por vacinação”.
“As vacinas de rotina são normalmente a primeira entrada de uma criança no seu sistema de saúde, pelo que as crianças que não recebem as primeiras vacinas correm um risco acrescido de serem excluídas dos cuidados de saúde a longo prazo”, afirmou a Directora Executiva do UNICEF, Catherine Russell. “Quanto mais tempo esperarmos para alcançar e vacinar estas crianças, mais vulneráveis elas se tornam e maior é o risco de surtos de doenças mais mortais. Os países, os parceiros globais e as comunidades locais devem unir-se para reforçar os serviços, criar confiança e salvar vidas”.
“Não podemos permitir que um legado da pandemia seja o desfazer de muitos anos de trabalho a proteger cada vez mais crianças de doenças mortais e evitáveis”, afirmou o Dr. Seth Berkley, Director Executivo da Gavi, a Aliança para as Vacinas. “Os parceiros globais de saúde, trabalhando com governos e comunidades, devem fazer tudo o que puderem para proteger a vida de todas as crianças.”
“As vacinas são um triunfo da saúde pública”, disse o Dr. Chris Elias, Presidente de Desenvolvimento Global da Fundação Bill & Melinda Gates. “O incrível progresso feito para acabar com a pólio e reduzir a incidência de doenças infecciosas é o resultado directo de milhares de parceiros globais dedicados e profissionais de saúde locais que trabalharam para imunizar milhões de crianças. Temos de redobrar o esforço para que todas as crianças recebam as vacinas de que necessitam para terem uma vida mais saudável e garantir que as gerações futuras vivam livres de doenças evitáveis como a poliomielite.” (Moz24h)