Por: Antónia Mazive
Maputo (IKWELI) – O Secretariado Técni- co de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN) concluiu, em estudo realizado em 2023, que projecta-se que, até março corrente, 3.3 milhões de moçambicanos vivam em situação de insegurança alimentar, devido as inundações, secas e outros fenómenos naturais.
Estes dados foram apresentados pela secretária executiva do SETSAN, Leonor Mondlane, que falava na cidade de Maputo terça-feira (19) a margem do lançamento do painel dos Sistemas Alimentares em Moçambique.
Segundo a fonte, face a situação, “o Governo deve criar condições, não só para dar assistência imediata, em alimentação, mas criar condições para aumentar a capacidade produtiva, criar condições para alimentação escolar, para fazer com que as crianças não desistam de ir a escola”, pois “isso significa que o governo e parceiros de cooperação têm que olhar para 3.3 milhões de pessoas do ponto de vista de planificação para dar assistência a um grupo de quatrocentas mil pessoas no norte do país que precisam de alimentação, meios de vida, outro grupo complementar necessita de assistência ao desenvolvimento”.
Por outro lado, e para garantir a sustentabilidade e recuperação dos afectados esta fonte defende a necessidade de se deve constituir sinergias para a criação de condições de recuperação da capacidade produtiva, através da disponibilização de insumos agrícolas e outros.
Por seu turno, o representante da Global Allience for Improved Nutrition (GAIN), Gaspar Cuambe, disse que a instituição que representa está disponível para trabalhar com o governo de Moçambique e outros intervenientes para dar resposta a situação de fome que poderá afectar mais de três milhões de moçambicanos.
“No entanto, deparamos, por vezes, com presença de dados fragmentados e dispersos, esta foi uma das razões que motivou a criação de uma plataforma onde podemos visualizar e comparar facil mente os sistemas alimentares. O painel vai contribuir para acelerar o desenvolvimento de sistemas alimentares de promoção da nutrição, tomada de decisões pelos fazedores da política para tenham uma visão ampla sobre sistemas alimentares a nível nacional”, concluiu Cuambe.