Se ao final da tarde desta terça-feira, o Conselho de Ministros terminava em alta, com a aprovação do Plano Quinquenal do Governo (2020-2024) por parte do seu colégio dirigido pelo Presidente da República, as horas que se seguiram foram de calvário para Yunassy Muchanga, esposa de Max Tonela, titular do pelouro dos Recursos Minerais e Energia que certamente jubilado com o feito – aprovação do PQG – horas depois trilhava pelo caminho dos fora da lei…
Na presença dos dois rebentos (rapazes) gerados da sua relação do casamento com Tonela, enquanto o amor fruia, agentes da Policia da República de Moçambique (PRM), sem mandato judicial, subverteram elementares principios da lei ao arrombarem e ordenarem o despejo da ainda formalmente esposa conjuge do senhor Ministro sem mandato judicial. “cumpriam ordens superiores”… O Casal esta em letigio e aguardando pelo formal divorcio. Ate lá, continuam casados aos olhos da lei..
Um quinquénio dos senhores do quero, posso e mando…??
Separados há algumas luas com os dois filhos do casal sob guarda da mãe, num processo de divórcio litigioso que está a ser derimido pelas autoridades competentes, Max Tonela terá feito a primeira amostra do que este quiquénio pode nos oferecer: a consagração dos fora-da-lei ao alegadamente ter mandado despejar e prender a sua ex-esposa da residencia que os papeis indicam ser um bem comum.
Com recurso a um descomunal aparato policial requisitado na 2ª Esquadra da Policia da República de Moçambique (PRM), o 10º andar do número 914 da avenida Julius Nyerere foi palco de um gratuito espectáculo de abuso de poder que durou cerca de oito horas.
A PRM, na pessoa do seu comandante Nelson Pedro, foi quem a todo o custo tentou remover Yunassy do apartamento entre as 20 horas de terça-feira as 3.30 da madrugada seguinte.
O Moz24h não conseguiu apurar se a acção foi do conhecimento do comandante geral da policia e do ministro do Interior, Bernardino Rafael e Amad Miquidade respectivamente. As tentativas de falar com o porta-voz da PRM saldaram-se infrutiferas.
Entretanto, videos e fotos que viralizaram nas redes sociais (sobretudo no aplicativo Whatsaap) mostram elementos da segurança e ordem públicas da PRM e do Serviço Nacional de Salvação Pública (Senasap) em acção. Enquanto em desespero e ex senhora Tonela clama pela exibição de uma ordem judicial.
“Eu Peço que alguém me ajude. Aquilo que eu estou a passar não é normal. Arrombaram a minha porta e tem mais de 20 homens la fora. Eu estou dentro da minha casa. Apesar de eu ter feito prova, ter mostrado todos os documentos porque o senhor mandou eu estou a ser presa” assim começa a gravação que foi expedida pela senhora.
Quem é Max Tonela?
O reconduzido ministro dos Recursos Minerais e Energia, chegou ao primeiro governo de Nyusi como titular da pasta da Industria e Comércio. Ernesto Max Elias Tonela Ernesto Tonela nasceu a 14 de Outubro de 1968, na cidade da Beira, província de Sofala.
Ernesto Tonela concluiu a licenciatura em Gestão de Empresas pela Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) em 1994. Em 2002, obteve o Diploma em Corporate Management and Finance pelo Centro de Estudos Financeiros, Económicos e Bancários de Marselha, França. Economista/Gestor de profissão, em 2003, concluíu o mestrado em Gestão Financeira pelo Instituto de Administração de Empresas da Universidade de Paris I, Pantheon, Sorbonne, em França. Como docente, foi monitor da cadeira de Economia na Faculdade de Economia da UEM. Entre 1997 e 2007, ocupou a função de Director de Economia e Finanças da Electricidade de Moçambique, E.P., e, de 2007 a 2015, exerceu o cargo de Administrador Executivo da Hidroeléctrica de Cahora Bassa, S.A. de onde saiu para o governo. É um dos ministros chaves do governo e bastante próximo de Celso Correia, o homem de mão do Presidente.
Ontem conseguimos chegar a fala com a assessoria de impresa de Ministro Tonela. Explicamos que queriamos obter o seu direito ao contraditório e foi nos dito que seria possivel às 14 horas. De lá a esta parte o Moz24h não obteve nenhum sinal, mas continuamos em aberto ao salvaguardar um direito que lhe assiste. (Luis Nhachote)