Kremlin rejeita as suspeitas ocidentais de que Putin tenha ordenado a morte de Prigozhin
Os investigadores russos disseram no domingo, 27, que os testes genéticos e forenses mostraram que Yevgeny Prigozhin, o chefe dos combatentes mercenários Wagner na Ucrânia, estava entre as dez pessoas mortas num acidente de avião na semana passada na Rússia.
Segundo a agência russa de aviação, os testes confirmaram que a lista de nomes das pessoas a bordo do avião, publicada anteriormente, estava correta e que Prigozhin, os seus dois principais tenentes, Dmitry Utkin, e o chefe da logística da Wagner, Valery Chekalov, estavam entre as dez vítimas.
Surgiram muitas questões na plataforma de chat Telegram, em canais pró-Wagner, sobre se Prigozhin – que era conhecido por tomar várias precauções de segurança em antecipação a um possível atentado contra a sua vida – estava de fato no voo.
O jato privado em que viajavam, de Moscovo para São Petersburgo, caiu e despenhou-se num campo, na quarta-feira, na região de Tyer, a noroeste de Moscovo, com imagens de vídeo a mostrarem chamas intensas nos destroços.
As autoridades ainda não disseram o que causou o acidente. A Rússia afirma ser “uma mentira absoluta” que o Presidente russo, Vladimir Putin, tenha ordenado a morte de Prigozhin como castigo por este ter liderado o motim de 23 e 24 de junho e a curta marcha das tropas wagnerianas para fora da Ucrânia e em direção a Moscovo – antes de a cancelar.
Prigozhin passou algum tempo na Bielorrússia após o motim, encontrando-se também com Putin no Kremlin e deslocando-se ao seu próprio quartel-general em São Petersburgo.
Após o motim, o Kremlin afirmou que foram oferecidas três opções aos combatentes de Wagner: seguir Prigozhin, reformar-se ou alistar-se no exército regular da Rússia e regressar à Ucrânia. Vários milhares de mercenários Wagner optaram por se deslocar para a Bielorrússia, onde lhes foi montado um campo a sudeste da capital, Minsk.
Putin prestou uma homenagem mista a Prigozhin na quinta-feira, caracterizando-o como um “homem de negócios talentoso”, mas também como um indivíduo imperfeito que “cometeu erros graves na vida”.
Questionado sobre a eventual presença de Putin no funeral de Prigozhin, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que era demasiado cedo para o dizer, referindo a “agenda preenchida” do Presidente.
Com Reuters e Associated Press