Nampula (IKWELI) – O porta-voz do partido Renamo na província de Nampula, Nelson Carvalho, disse em exclusivo ao Ikweli que a perdiz está surpresa com a posição tomada pela Polícia da República de Moçambique (PRM) na repreensão da marcha pacífica que, diariamente, tem sido promovida por aquela força política.
“Estamos surpresos com essa situação de guerra que a Polícia da República de Moçambique está a promover ao nível da cidade de Nampula”, começou por dizer Carvalho, avançando que “nós, como partido Renamo, tínhamos marcado uma marcha pacífica em pretexto dos resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições. Desde o primeiro momento da divulgação dos resultados, nós fomos promovendo marchas pacíficas e a nossa marcha do dia de hoje não seria diferente com relação àquelas que nós temos vindo a promover”.
Esta fonte anota que “só que, de surpresa, vimos blindados e altas forças da PRM a cercarem as nossas delegações, a prender os nossos quadros dentro das nossas delegações. Isso constitui uma surpresa e ameaça da nossa parte”.
Entende este porta-voz que estas reivindicações não podem apenas serem vistas como sendo promovidas por membros da Renamo, pois mostram uma insatisfação generalizada. “A reivindicação que está a acontecer ao nível da cidade de Nampula são pessoas que votaram ao partido Renamo, não significa que basicamente sejam membros do partido Renamo. Se reparar essa é uma revolta quase popular, as pessoas sentiram-se injustiçadas, porque as pessoas se recensearam e foram as urnas para votar na Renamo. Porque os órgãos eleitorais distorceram os resultados, tinham esperança que a Comissão Nacional de Eleições pudesse dar um puxão de orelhas o órgão ao nível da base, tendo em conta que o órgão ao nível central é dirigido por clérigo, alguém que, nalgum momento, pensamos que esteja ligado ou mais próximo a Deus, alguém que nalgum momento traz a mensagem de Deus”.
Nelson Carvalho, no exclusivo ao Ikweli dedicou palavras profundas ao presidente da CNE e disse que “considerávamos o bispo Carlos Matsinhe como mensageiro de Deus, como a pessoa que traz a paz, que traz a união e preocupada com o bem-estar dos moçambicanos, no caso em particular da província de Nampula, mas não foi isso que vimos”, e recordou ainda que “como dizem muitos pensadores, muitos moçambicanos, lavar a mão não significa sair ou tirar-se do pecado, mas sim é assumir o pecado. Significa que ele concordou com as falcatruas perpetradas pelo órgão em conluio com o partido Frelimo”.
“A nossa marcha está sendo preparada, pese embora as ameaças de guerra que a PRM está a promover ao nível da cidade de Nampula. Nós vamos continuar a marchar, a reivindicar aquele que é o resultado de Paulo Vahanle, assim como dos outros candidatos que, nalgum momento, sentimos que foram retirados o seu direito”, garante a nossa fonte.
Perguntamos ao porta-voz da Renamo em Nampula se membros sonantes da perdiz tinham sido detidos e/ou feridos na investida policial, ao que respondeu ser “prematuro nos referimos disso, mas tivemos membros que foram retidos. Foram pegues na delegação da cidade, não conhecemos quem são os membros porque houve pânico naquele momento que a PRM chegou e começou a disparar quer gás lacrimogénio, quer balas verdadeiras. Sabemos que o alvo é pegar aqueles membros que se mostram serem mais fortes ao nível da cidade de Nampula”, por isso “em caso de nós nos apercebermos que temos membros detidos vamos juntos das autoridades policiais exigir a libertação imediata desses membros, porque nalgum momento algumas pessoas foram pegues juntos da delegação política da cidade, assim como provincial”.
“Em relação as reivindicações que acontecem, se reparar, estão a acontecer em todos os bairros. Isso significa que é a população que se sente injustiçada com os resultados que estão a ser divulgados pelos órgãos eleitorais”, voltou Carvalho a falar dos móbeis das manifestações, concluindo que “queremos, também, lamentar e nos solidarizamos com os vários cidadãos que foram feridos, perderam os seus pertencentes devido a essa barbaridade promovida pela polícia queremos dar a nossa força. Queremos dizer que esses são os verdadeiros combatentes, donos e promotores da democracia, a força do bem-estar e do desenvolvimento do nosso país”. (Aunício da Silva)