A iniciativa foi apresentada pelos presidentes africanos Paul Kagame, do Ruanda, Nana Akufo-Addo, do Gana, pelo secretário-geral do Secretariado da Zona de Comércio Livre Continental Africana, Wamkele Mene, e pelo administrador do PNUD, Achim Steiner, numa sessão especial do Fórum Económico Mundial, que decorreu na semana passada, em Davos, Suíça.
De acordo com o site Disrupt Africa, a timbuktoo tem como objectivo colmatar lacunas críticas e trabalhar com governos, investidores, empresas e universidades africanas para apoiar o ecossistema de empresas em fase de arranque dentro do continente. A ambição é mobilizar e investir mil milhões de dólares (cerca de 63,2 mil milhões de meticais) de capital comercial e catalítico, para transformar 100 milhões de meios de subsistência e criar dez milhões de novos empregos dignos.
“Não podemos aceitar que outra geração de jovens africanos não disponha das ferramentas necessárias para atingir o seu pleno potencial”, afirmou Kagame, que anunciou uma contribuição imediata de três milhões de dólares (189,7 milhões de meticais) para dar início ao fundo de inovação africana timbuktoo, que terá sede em Kigali. “Com a meta de mil milhões de dólares da timbuktoo, podemos criar mais oportunidades para que os jovens africanos façam bom uso do seu talento e criatividade”.
Akufo-Addo afirmou que para muitos países africanos o principal desafio é garantir que sejam criadas as estruturas certas para permitir que os jovens desenvolvam empresas inovadoras e atractivas, que possam contribuir significativamente para gerar empregos e no crescimento económico sustentável.
“Estou entusiasmado com o futuro do nosso continente. Estou ansioso por nos ver a criar um futuro em que a inovação seja encorajada, o engenho seja apoiado e a prosperidade seja partilhada”, afirmou.
“A timbuktoo é um novo modelo de desenvolvimento. Estamos a reunir os principais intervenientes para fazer pressão em todas as frentes ao mesmo tempo. Desde a legislação favorável às startups, a construção de startups de classe mundial, até a redução do risco de capital para aumentar o investimento, em toda a África, pretendemos preencher lacunas críticas e apoiar o ecossistema de startups. Isto permitirá que as inovações cresçam e beneficiem as pessoas em todo o continente e noutras partes do planeta”, sublinhou o administrador Steiner.
Actualmente, segundo a Disrupt Africa, a quota do continente no valor global das startups é de apenas 0,2%, em comparação com 2% do valor do comércio global. A grande maioria, 89%, do capital de risco que entra em África é estrangeiro e 83% está concentrado em quatro países: Nigéria, Quénia, África do Sul e Egipto, com mais de 60% do capital a fluir para um sector, o fintech. (DE)