A ministra da Educação de Moçambique admitiu hoje atrasos no pagamento de horas extras aos professores, pedindo, no entanto, que os profissionais continuem a fazer o seu trabalho.
“Nós estamos conscientes de que estamos com essa dívida com os nossos colegas professores, mas queríamos sossegá-los”, pois “no momento oportuno essas horas serão pagas”, disse à comunicação social Carmelita Namashulua.
A ministra da Educação moçambicana pediu que os professores “continuem a fazer a sua parte”, referindo que a “janela de pagamento das horas extras não foi eliminada, mas sim suspensa”, no âmbito do aperfeiçoamento e gestão da Tabela Salarial Única (TSU).
“Primeiro tem que se gerir e enquadrar melhor todas as preocupações relativas à TSU. Não só a janela de horas extras, como também outras janelas”, frisou Namashulua.
Em 2022, os professores ameaçaram boicotar os exames em todo o país, em protesto contra as irregularidades no enquadramento na nova tabela salarial, aprovada no mesmo ano para eliminar assimetrias e manter a massa salarial do Estado sob controle a médio prazo.
A implementação da TSU está a ser fortemente contestada por várias classes profissionais em Moçambique, devido a erros no enquadramento nos diferentes escalões salariais, tendo os médicos e profissionais de saúde protagonizado greves na sequência das falhas.
O arranque da TSU fez disparar os salários em cerca de 36%, de 11,6 mil milhões de meticais/mês (169 milhões de euros/mês) para 15,8 mil milhões de meticais/mês (231 milhões de euros/mês).