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O escritor moçambicano Sérgio Simão Raimundo (Poeta Militar), vencedor da 3.ª edição do prémio Eugénio Lisboa, lançou hoje, em Maputo, ‘As Ancas do Camarada Chefe’, obra que levou o autor a queixar-se de ameaças.
“Não é o meu primeiro livro, mas a sensação é sempre a de que é o primeiro”, declarou à comunicação social o escritor, durante um lançamento concorrido da obra no Camões — Centro Cultural Português em Maputo.
‘As Ancas do Camarada Chefe’, cerca de 50 crónicas (inéditas e outras já publicadas) distribuídas em 126 páginas, reflete sobre problemas sociais moçambicanos que afetam sobretudo a juventude.
“O que eu noto é que as pessoas estão a fazer uma analogia literal do título, associando-o ao Presidente da República [Filipe Nyusi]”, explicou o autor em entrevista à Lusa na quinta-feira, em alusão ao facto de “camarada chefe” ser um termo usado para identificar diferentes lideranças no partido no poder (Frelimo).
“Passamos da ignorância para a estupidez em Moçambique, o meu livro foi julgado pelo título […] Tive dias horríveis, a minha família era ameaçada”, lamentou o escritor hoje à comunicação social.
O livro, que já foi lançado em Portugal em maio, devia ser apresentado pelo antigo ministro da Educação e atual reitor da Universidade Pedagógica (UP), Jorge Ferrão, que terá manifestado, no último momento, indisponibilidade, tendo, posteriormente, o autor convidado o académico Álvaro Carmo Vaz.
Sérgio Simão Raimundo, 30 anos, foi o vencedor da 3.ª edição do Prémio Literário Imprensa Nacional-Casa da Moeda/Eugénio Lisboa, ao qual concorreram 12 textos, pelo inédito ‘A Ilha dos Mulatos’.(LUSA)