Por Estacio Valoi
Antes, os insurgentes invadiram e vandaliazarm a sede de Quissanga para depois atravesssarem a pé maré vazante a Quirimba.
Segundo fontes nas Quirimbas contactadas pelo Moz24h em algumas propriedas os insurgentes pilharam bens como congelador e outros bens que estao a ser transportados em barco a vela. Ontem, supostamente, mataram 6 pessoas, soldados e policiais, quando se dirigiam para o navio. “No domingo mataram 3 pessoas. Toda a operação militar foi um fracasso total. Os insurgentes ainda estão lá e a Marinha foi –se . A população está sofrendo, não há comida há três dias, pois tudo foi carregado em várias canoas. A população espera que não aconteça mais nenhuma intervenção militar. Eles querem que esses insurgentes deixem as ilhas, para que todos possam voltar para suas casas. Agora é maré alta, mas marés mortas extremas. Não há muita diferença na maré alta e baixa.”
As fontes disseram tambem que “alguns insurgentes continuam em Quirimba. Algumas pessoas fugiram para Quilaleia, outras conseguiram chegar a Menfuvu e provavelmente a Kisiwi. Confirma-se também que ontem as FDS tentaram intervir. Quatro membros das FDS foram mortos e outros foram levados pelos insurgentes e informaram a população que vão decapitá-los hoje na Quirimba. Posso confirmar que pelo menos 100 insurgentes estiveram ontem por toda a parte da ilha.
Restam 2 barco a vela com o saque e alguns insurgentes. Os outros barcos vao sair de noite , na próxima maré alta. Quantos desses insurgente vão ficar na ilha, ninguém sabe.”
”
A ilha Quirimba, a mais importante do arquipélago de 30 ilhas corais, tornando-se na segunda vila tomada este ano pelos rebeldes, ligados ao Estado
A World Vision Moçambique (WV-Moç) refere no seu comunicado de Imprensa que iniciou a distribuição de bens não alimentares compostos por baldes, purificadores de água, pensos higiénicos e sabão para mais de 15 000 pessoas deslocadas na sequência da mais recente vaga de ataques em Cabo Delgado. A ajuda destina-se às populações que se encontram actualmente em centros de acomodação transitório no distrito de Eráti, na província de Nampula, que acolhem 46 000 deslocados internos. “Destes, perto de 30 000 ou seja 62 % são crianças e isto preocupa-nos, pelos riscos acrescidos a que estão expostos devido às necessidades várias por que passam”, diz Ângelo Pontes, Gestor para Assuntos Humanitários e de Emergência da WV-Moç.
A distribuição ora iniciada pela WV-Moç pretende contribuir para os esforços e contenção de um possível alastramento ou ressurgimento de doenças de origem hídrica como a cólera, como receiam as autoridades.
Sobre o contexto no terreno, a WV-Moç descreve a situação como sendo de saneamento frágil, agravado pelas chuvas que caem e pelas previsões que indicam a possibilidade de mais chuvas na região norte de acordo com as autoridades meteorológicas. Este quadro é combinado as condições de higiene insuficientes face a um número crescente de pessoas deslocadas internamente.
Com o apoio do parceiro UNICEF, a WV-Moç está a realizar actividades de sensibilização, construção e gestão de latrinas no âmbito da sua componente de higiene e saneamento, até ao momento, 700 kits foram entregues nos últimos 3 dias a raparigas e mulheres.
O conflito em Cabo Delgado persiste desde 2017, resultando na morte de milhares de pessoas e causando danos na província rica em minerais. O plano da World Vision de resposta tem como alvo assistir 125.000 pessoas e requer US$6,58 milhões para assistência alimentar, abrigo, água, saneamento e higiene, proteção e educação. (Moz24h)