Por Nacir Cláudio
Ate ontem terroristas continuavam em Quissanga, Quirimba e Tanganhane contrariando a narrativa triunfalista do Governo
Na tarde de onde por volta das 16h30 terroristas estiveram a fortificar a sua logística .
“De acordo com fontes em Quissanga os terroristas estão a carregar carros nos barcos em direção a zona de Darumba onde está o maior número do grupo Darumba fica no distrito de Macomia e zona costeira. Eles estão a levar ambulância e todas as trouxas que roubaram nas Quirimbas e Quissanga. Estão a carregar lonas, colchões, eles não têm medo nem do governo levaram viatura do administrador queimaram e não houve reação. Os homens estão a fazer planos de navegação na noite deste domingo dia 10 do mês corrente.”
Presume-se que o grupo de terroristas estava a planejar sair ontem a qualquer momento com os barcos em retirada de Quissanga ‘ para a zona de conforto deles “
Ainda ontem, os terroristas arrombaram casas em Quissanga e Tanganhane, roubaram arroz e dinheiro que pudessem encontrar aparentemente na preparação da sua logística para o mês de Ramadan .
Em marco do ano passado os terroristas também fizeram as suas incursões por Quissanga, Ilha das Quirimbas onde foram forcados a sair pelos ‘ raids’ aéreos da DAG.
Ausência de forças para defender a zona e a degradação de estradas como factores determinantes para a circulação de terroristas
Uma reedição dos ataques de 2022 . Não é a primeira vez que há ataques nas proximidades de Pemba. Em 28 de Setembro de 2024, uma quarta-feira, um grupo abriu fogo contra a aldeia Pulo, em Metuge3 , tendo decapitado três pessoas e raptado uma mulher.
Para além desse ataque tinha havido outro no dia 24 de Setembro de 2022 que culminou com a decapitação de cinco pessoas na aldeia de Muissi. Os ataques nas proximidades de Pemba podem ser um sinal de que o grupo tem intenção de invadir a capital de Cabo Delgado que está desde a manhã de 6 de Março em alerta máximo.
O que justifica o ataque perto de Pemba tem que ver com a fragilização das forças que defendem esta parte de Cabo Delgado. Trata-se de uma zona sem forças alocadas para defender de forma particular a região, tal como acontece em Muidumbe e Macomia pela Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e Moçambique (SAMIM), e Mueda, Mocímboa da Praia e Palma pelo Ruanda. A ausência de segurança nessas zonas facilita a circulação dos terroristas, criando pânico na população que se encontra do lado da cidade de Pemba, mas também para a população do distrito de Metuge. Outro aspecto que constitui vantagem para os terroristas nas zonas atacadas é a pouca mobilidade por causa das estradas. Por exemplo, a estrada que liga Quissanga a Metuge está praticamente intransitável.
As pessoas fazem esse percurso a pé até a EN380 (os terroristas tinha colocado postos de portagens) para poderem chegar até Quissanga. Como naquela zona não há circulação de carros e, consequentemente, os militares não chegam, os terroristas circulam à vontade. (Moz24h/CDD)