Por: Antónia Mazive
Maputo (IKWELI) – O fim da greve promovida pela Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) parece ainda estar longe do fim, uma vez estar difícil o alcance de consensos com o Governo.
Sheila Chuquela, Secretária-geral da APSUSM, disse esta segunda-feira (27) em conferência de imprensa em Maputo que a greve dos profissionais de saúde em curso será prolongada por mais 30 dias.
Segundo Sheila Chuquela, a prolongação da greve deve-se ao facto de o governo moçambicano não apresentar garantias concretas de que cumprirá os acordos de junho e agosto de 2023, firmados em sede de mesa de negociações.
Lembrou que “como reivindicações estamos exigindo as melhores condições de trabalho, falta de luvas, cateteres, combustível para as ambulâncias, deficiente prestação de cuidados de saúde ao utente,falta de medicamentos, falta de pagamento dos suplementos de 2023- 2024 entre outros”.
A Secretária-geral da APSUSM relevou que “temos acompanhado o governo, através da média, em que afirma haver medicamentos nos armazéns, contudo não explica porque não existem medicamentos nos hospitais. Ainda lamentável é aparecerem dizendo que irão pagar horas extras e que estavam procedendo a validação das mesmas, dias depois afirmaram que já efectuaram o pagamento das mesmas, quando somente fizeram para uma unidade sanitária. Esta atitude do governo deixa-nos inseguros quanto a vontade do governo em resolver as questões já por si sobejamente conhecidas”.
Esta fonte disse, por um lado, que esta atitude do governo “dá-nos a certeza de que não podemos recuar sem efectivamente o governo escrever na pedra que vai disponibilizar material médico-cirúrgico e melhorar as condições de trabalho nas nossas unidades sanitárias”, e denuncia que “o governo está a fazer contratos precários de dois (2) meses de duração com os suplentes de anteriores concurso de provimento de vaga de emprego e está a usar estudantes totalmente despreparados para substituir os profissionais”.
“O governo continua seviciando os profissionais de saúde de várias formas, a primeira por mencionar a transferência desta ou ameaça para periferia (local distante do posto de trabalho actual) sem justificativa da mesma, ordem de serviço ou ainda sem que a entidade para onde é que o profissional está sendo transferido tenha conhecimento da mesma, exemplo recente é de uma funcionária de centro de saúde da Machava em Maputo que está sendo transferida por ter aderido a greve, sendo que a mesma ainda não cumpriu com o tempo de trabalho para ser transferida”, denuncia Sheila Chuquela, recordando que um outro caso deu-se na província de Inhambane.