A indústria extractiva em Moçambique tem gerado receitas para o Estado e constitui, actualmente, uma das principais áreas responsáveis pelo crescimento económico do país. No primeiro trimestre de 2023 apresentou um nível de crescimento de 38,02% contra uma previsão de 23,1%.
Não obstante, esta indústria tem sido responsável por causar danos sociais, económicos e ambientais para as comunidades hospedeiras. Por esta razão, estas comunidades têm reportado potenciais casos de crimes ambientais, com efeitos nefasto ao clima, à saúde e segurança humana e dos ecossistemas associados. Esta situação agrava as desigualdades sociais, a pobreza, a desconfiança em relação às instituições governamentais, pelas comunidades locais, entre outras consequências.
Apesar de diversas denúncias que se têm assistido, nos meios de comunicação nacional e internacional, as autoridades governamentais e de justiça têm dedicado pouca atenção aos problemas ambientais e sociais causados pela indústria extractiva. De forma a contribuir para a resolução destas inquietações, sociais e ambientais, o CIP realizou uma pesquisa de campo nas comunidades hospedeiras de projectos de mineração, implementados por três companhias mineiras, nomeadamente, Dingsheng Minerals (Gaza), África Great Wall Mining Development Company Ltd (Zambézia), e Haiyu (Mozambique) Mining Co. Lda (Nampula). O estudo tinha como objectivo avaliar o impacto da acção destas empresas para o meio ambiente e para a vida das comunidades locais e confrontá-lo com as denúncias reportadas em diversas plataformas sociais.
https://www.cipmoz.org/wp-content/uploads/2024/02/Extractivismo-que-destroi-o-ambiente-.pdf