Foto: Estacio valoi/ Palma
Pemba (IKWELI) – Palma é, sem dúvida, o lugar que cada um quer ter alguma parcela para investir, de forma a ter ganhos com a implementação do multimilionário projeto de gás que está a gerar grandes oportunidades de emprego, negócios e arrendamento.
A ganância e corrida pelo acesso a terra, até tem gerado conflitos nas comunidades e interesses de certas figuras ligadas à nomenclatura política e empresarial, de tal maneira que a organização da sociedade civil moçambicana, Centro de Democracia, Desenvolvimento e Direitos Humanos (CDD), no passado, denunciou que o governo de Cabo Delgado tinha legalizado, sem consulta pública, mais de 10 mil hectares na aldeia Quitanda, sem o consentimento das comunidades locais.
Nesta semana, surgiu mais uma vontade do governo em ter mais terras sob seu controlo, incluindo toda biodiversidade, através de uma área de conservação, cuja proposta foi já apresentada ao Conselho de Representação dos Serviços do Estado em Cabo Delgado.
A proposta da criação de uma área de conservação no distrito de Palma está sob a alçada da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) e, através do seu diretor adjunto, a instituição garante haver condições ecológicas e do ecossistema no seu todo para materialização da pretensão.
Jorge Fernando garante haver animais de várias espécies, variedade de ecossistema ecológico, planícies e planaltos e muito mais que levaram o governo a declará-la como uma zona chave de biodiversidade.
“Uma variedade de pássaros deve ser protegida, temos uma variedade de mamíferos e também temos uma comunicabilidade ecológica da biodiversidade e dos ecossistemas que ai existem, temos as planícies, as florestas densas, florestas secas, então tudo isso fez que se declarasse como área chave de biodiversidade”, sustentou.
Mas como estabelecer uma área de conservação num distrito onde a exploração de gás terá enorme impacto ambiental?
O Director-adjunto da Administração Nacional das Áreas de Conservação, Jorge Fernando, é categórico ao afirmar que o objetivo de transformação de Palma em área de conservação visa proteger e impedir a exploração desenfreada da biodiversidade, querendo dizer que nada será afectado.
Mais adiante, explica que “este projecto vai evitar e contornar os projetos lá existentes e outros que podem estar a degradar os solos, a ecologia, a biodiversidade. Este projecto do Estado vai proteger e manter intactos os recursos naturais”.