Renamo eleva retórica de violência: “Não temos medo de guerra”
A uma semana do início da campanha eleitoral para eleições autárquicas de 11 de Outubro próximo, o presidente da Renamo, Ossufo Momade, voltou a emitir ameaças de recorrer à violência, caso a polícia seja usada como instrumento do Frelimo para manipulação eleitoral.
“Ninguém nos pode abusar, ninguém pode subir em cima de nós. Nós somos moçambicanos e não temos medo de guerra, mas temos compromisso com o povo moçambicano”, ameaçou o presidente da Renamo, durante a apresentação, este sábado (16/09), do cabeça de lista da Renamo para o Município de Maputo, Venâncio Mondlane.
Ossufo Momade afirmou que a Polícia da República de Moçambique “não pode ser usada nestas eleições. A polícia da Repúbica de Moçambique não pode ser instrumento do partido Frelimo…Queremos uma polícia republicana, apartidária e profissional”.
Ameaçou que no dia 11 de Outubro, os agentes da polícia que contrariarem a lei serão acusados.
“Nós vamos acusar essa polícia”.
O presidente da Renamo assumiu que a Renamo não entregou todas as armas. “Há os que dizem que Ossufo entregou as armas e pensam que foi a última cartada”.
É a terceira vez em duas semanas que Ossufo Momade recorre a ameaça de recorrer à violência durante as próximas eleições autárquicas, caso haja manipulação.
Na verdade, Ossufo Momade está a resgatar o discurso de ameaça do seu líder, Afonso Dhlakama.
Chefes de quarteirões intensificam acções de recolha de números de cartões de eleitores pelos bairros
Em quase todos os municípios os nossos correspondentes relatam acções de registo de números e recolha de cartões de eleitorais pelos chefes de quarteirões e secretários de bairros. Em Maputo e na Matola, as acções da recolha de números de cartões pelas células do partido têm aumentado nos últimos dias.
Em Nampula, no populoso bairro de Namicopo, indivíduos, supostamente pertencentes a Frelimo, foram flagrados com mais de 60 de cartões de eleitores recolhidos (ver o vídeo aqui). Os cidadãos, supostamente simpatizantes da oposição, são aliciados com valores monetários que variam de 200 e 300 meticais para entregar os seus cartões. Segundo a Renamo, a intenção é que no próprio dia, os eleitores não consigam ir votar, uma vez que não terão os cartões na sua posse.