O administrador distrital de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, Sérgio Cipriano, diz que os novos ataques àquele distrito vão provocar uma situação de fome aguda, porque ocorrem numa altura em que a população faz sementeiras, e reduziu a ajuda alimentar.
Cipriano considera bastante preocupante a situação em Mocimboa da Praia, na seqüência dos ataques da semana passada, realçando que o actual desafio do distrito é o facto de as novas incursões terroristas colocarem em causa a produção agrícola.
Aquele responsável afirmou, contudo, que depois dos ataques, um dos quais à aldeia de Chibanga, cerca de cinco quilómetros da sede distrital de Mocimboa da Praia, a segurança foi restabelecida nas zonas afectadas.
Exclusão
Entretanto, a coordenadora da fundação Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil (MASC), em Mocimboa da Praia, defende que, a par da atividade agrícola, é preciso promover negócios e outros projectos envolvendo, sobretudo mulheres, para a geração de renda para as comunidades.
Por outro lado, as mulheres dizem-se excluídas dos ciclos de negócios, o que coloca em causa as suas iniciativas empresariais, de acordo com Zaida Promogy, representante das empresárias.
‘’Em Cabo Delgado ocorrem muitos eventos, mas as mulheres da província nada sabem sobre as oportunidades para a prestação de serviços, quem faz esse trabalho são empresários oriundos de outras províncias’’, lamenta.
Porém, Valigy Tauabo, governador provincial, diz que o governo não pode proibir as pessoas de investir na província, mas deve fazê-lo observando os princípios da transparência e as regras do mercado.