O Banco de Moçambique (BdM) registou lucros de mais de 2,7 mil milhões de meticais em 2023. Conforme o relatório de demonstrações financeiras, divulgado nesta segunda-feira, 1 de Abril, pela Lusa, a instituição tinha registado, em 2022, um resultado líquido negativo, na ordem dos 171,7 milhões de meticais.
Segundo o documento, o banco central encerrou o ano passado com activos totais de 652 mil milhões de meticais, tendo-se verificado um acréscimo face aos 626,9 mil milhões em 2022. Já o passivo aumentou dos 623,6 mil milhões de meticais para 649,6 mil milhões.
“Até finais de 2023, a entidade contava com um capital próprio total superior a 2,3 mil milhões de meticais, sendo esta uma forte quebra em relação aos 3,3 mil milhões de meticais de 2022”, destacou o relatório.
No mês passado, o governador do BdM, Rogério Zandamela, revelou que a instituição tinha pago, pelo menos, 45 milhões de dólares (o equivalente a 2,8 mil milhões de meticais) a instituições financeiras nacionais que emprestaram dinheiro à Proíndicus, empresa que beneficiou das chamadas “dívidas ocultas”.
“Não vou esconder-vos, usámos as nossas reservas para pagar aos pequenos credores. Foram desembolsados entre 45 ou 46 milhões de dólares que acabámos por utilizar para esta situação para com os nossos bancos, que incluem o Millennium bim, o Moza Banco e o BCI”, explicou.
O responsável avançou que o acordo com os bancos moçambicanos que emprestaram dinheiro ao projecto da Proíndicus resultou do entendimento entre o Estado e a UBS, instituição que adquiriu o Credit Suisse, também credor da Proíndicus.
O governador do Banco de Moçambique sustentou que os credores nacionais “não estavam em condições de perdoar a dívida da empresa, porque implicaria a renúncia a recursos importantes para o sistema financeiro moçambicano”. (DE)