Por Quinton Nicuete
Quissanga, Moçambique – Supostos terroristas atacaram, na noite de quinta-feira, 20 de fevereiro, uma posição militar das Forças Armadas de Defesa de Moçambique na sede do posto administrativo de Bilibiza, distrito de Quissanga, na província de Cabo Delgado. O ataque gerou pânico entre os residentes, levando muitos a abandonarem a vila em busca de refúgio no mato.
De acordo com fontes do Moz24h, os insurgentes entraram em Bilibiza por volta das 17 horas e iniciaram confrontos diretos com os militares posicionados em um quartel localizado a poucos metros da sede. “Quando os terroristas chegaram até ao quartel das Forças Armadas, iniciou-se o confronto, e a população fugiu para as matas”, relatou uma testemunha.
As informações ainda são escassas, mas fontes locais indicam que os insurgentes não avançaram para as áreas residenciais, limitando-se ao ataque à posição militar antes de recuarem. “Nenhum malfeitor chegou à aldeia. Eles foram diretamente ao quartel, atacaram e recuaram. Pela manhã, os militares foram até à aldeia e só retornaram à base após a chegada das forças de defesa e segurança ruandesas, que os escoltaram de volta”, detalhou a fonte.
A mesma fonte revelou ainda um detalhe alarmante: muitos militares das Forças Armadas de Defesa de Moçambique não estavam no quartel no momento do ataque, pois estariam embriagados na aldeia. Esse fator pode ter comprometido a capacidade de resposta à investida terrorista.
Até o momento, não há informações oficiais sobre vítimas em ambos os lados. No entanto, o ataque reforça o clima de instabilidade na região, onde grupos armados têm realizado incursões frequentes. Quissanga já foi ocupada pelos insurgentes em duas ocasiões, refletindo a vulnerabilidade da área e a necessidade de um reforço efetivo na segurança.
O episódio reacende o debate sobre a capacidade das Forças Armadas de Moçambique em conter a ameaça terrorista e proteger a população local. Com a contínua presença de insurgentes no norte da província, a insegurança permanece como um dos principais desafios para as autoridades moçambicanas. (Moz24h)