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Angoche (IKWELI) – A cidade de Angoche, a sul da província de Nampula, está a viver momentos de confronto entre a Polícia da República de Moçambique (PRM) e simpatizantes da Renamo, por conta da proibição destes em utilizar certas rotas para a sua manifestação pacífica em reivindicação dos resultados eleitores.
Nosso correspondente em Angoche assegurou que até as 17h30 ainda ouviam-se disparos, tanto de balas reais, assim como de gás lacrimogénio.
Paradoxalmente, desta vez o confronto não foi no mítico bairro de Ínguri, concretamente a zona de Mussoriri, mas sim na estrada principal de Angoche, próximo as instalações do Governo do Distrito.
“Não dá se quer para pegar uma foto. Está tudo em debandada. Os membros da Renamo querem pegar nos agentes da Polícia”, conta o nosso correspondente, avançando que “tudo ganhou mais vida quando os membros da Renamo ficaram a saber que o Conselho Constitucional solicitou as actas e editais de apuramento neste município”.
Uma fonte que não quis se identificar, mas que foi encontrada na encruzilhada dos disparos avançou que “isso parece guerra mesmo, a polícia não quer saber de nada. Há pessoas que vão morrer. Há crianças a voltarem da escola”.
“Está muito gás lacrimogénio por aqui. Conseguiram me atingir com gás lacrimogénio, eu só estava a voltar do serviço, não provoquei a ninguém”, disse o senhor Jamal, que regressava do seu local de trabalho.
As autoridades locais de Angoche ainda não falaram sobre essa situação, como também a polícia ainda não elaborou sobre mais um episódio de conflito pós-eleitoral que esta desaguando em uma guerra urbana numa das autarquias do maior círculo eleitoral do país. (Redação)