O Presidente da República de Moçambique Filipe Nyusi defendeu ontem na abertura da vigésima Assembleia Geral da Associação dos Fundos de Manutenção de Estradas de África, que decorre em Maputo que os países africanos devem ter autonomia administrativa para financiar a construção e manutenção de estradas e que devem continuar a apostar na criação de fundos continentais independentes.
Num encontro onde temas como priorização da manutenção de estradas e mecanismos de financiamento ao sector estão no centro de debate destacou como prioritária a alocação de fundos” para a reabilitação de infra-estruturas rodoviárias prioritárias.”
O bom samaritano
Ainda durante a sua intervenção Filipe Jacinto Nyusi apontou a questão climática como um dos desafios no desenvolvimento social e econômico nos Países africanos onde há necessidade do continente apostar na construção de infra-estruturas resilientes a mudanças climáticas. ‘A ausência de infra-estruturas rodoviárias condignas condiciona o desenvolvimento sócio-económico dos países do continente.”
A degradação das estradas em Moçambique durante as ultimas duas décadas ou mais foi se agudizando e sem autonomia financeira para construção, reabilitação, autonomia administrativa se não a dependência nos seus parceiros de cooperação e outras devido a própria incapacidade da Agencia Nacional de Estradas (ANE), esta foi temporariamente substituída pela indústria de crianças ‘ tapa buraco”.
Sobre questões climáticas, o mais recente ciclone
Segundo o Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) a Tempestade Freddy, atingiu a costa da Zambézia no dia 12 de Março, com seu epicentro na distrito de Namacurra, localidade de Macuze, com ventos de 148 Km/h e rajadas ate 213 Km/h, e chuvas fortes, de mais de 200mm, afectando as províncias de Zambezia, Sofala, Nampula, Manica.
Danos Humanos
Registo de 165 óbitos , 511 pessoas feridas
Impactos na população
Pessoas afectadas: 886,487 pessoas (correspondentes a 191,146 famílias)
Pessoas deslocadas: 98,975 pessoas
Casas destruídas
70,502 casas parcialmente destruídas, 103,101 casas totalmente destruídas, 24,889 casas inundadas
Outros danos
85 unidades sanitárias destruídas parcialmente, 2,549 salas de aulas destruídas, 230,329 alunos afectados, 4,337 professores afectados, 1,017 escolas afectadas, 5,059km de estradas afectadas, 347,862 ha áreas afectados
Em 14 de março de 2019 , o ciclone tropical Idai atingiu o porto da Beira, em Moçambique, antes de atravessar a região. Milhões de pessoas no Malawi, Moçambique e Zimbábue foram afetadas pelo que é o pior desastre natural a atingir a África Austral em pelo menos duas décadas.
Segundo a UNICEF após o ciclone ‘quase 1,3 milhão de crianças estão em risco em Moçambique após dois ciclones devastadores.” Ate o presente momento varias são as infraestruturas sócio econômicas a espera de serem construídas de raiz outras por reabilitar.
A questão da mitigação , prevenção sempre posto no segundo plano .
Construções de vulto
A China financiou nos últimos anos infraestruturas públicas de grande vulto em Moçambique, como a Estrada Circular de Maputo, Estádio Nacional do Zimpeto e um novo Aeroporto Internacional de Maputo.
As autoridades moçambicanas estimam em 750 milhões de dólares (718 milhões de euros) o montante necessário para a reabilitação e manutenção da Estrada Nacional n.º 1, que tem uma extensão de mais de 2.400 quilómetros e liga as três regiões do país, nomeadamente sul, centro e norte.
Em abril do ano passado, quando anunciou a intenção de reabilitar a EN1, o Governo moçambicano indicou que o valor necessário para a reabilitação, que inclui a construção de um total de 13 portagens e que vai incidir numa extensão de 1.300 quilómetros dos 2.477 quilómetros que a rodovia possui, seria disponibilizado pelo Banco Mundial.
Foto: Inchope- Caia
Banco Mundial Aprova 400 M$ Para Reabilitação de Estradas em Moçambique
Banco Mundial aprovou um apoio de 400 milhões de dólares para o projecto moçambicano Estradas Seguras, anunciou a 25 de Agosto de 2022, a organização internacional.
“O objectivo do projecto é melhorar a conectividade, segurança e resiliência climática do sistema rodoviário, bem como desenvolver a inclusão social nas áreas do projecto”, indica o Banco Mundial, numa nota de imprensa.
A maior parte do valor vai servir para a reabilitação de estradas, estando previstas obras num total de 508 quilómetros de rodovias nas províncias de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique, Sofala e Zambézia, no Centro.
“As estradas são vitais para a actividade económica, crescimento, inclusão social e redução da pobreza”, observou a directora do Banco Mundial em Moçambique, Idah Z. Pswarayi-Riddihough, citada no documento.
Além do pacote de 400 milhões de dólares, ainda no sector dos Transportes, o Banco Mundial aprovou para Moçambique mais 250 milhões de dólares para melhorar a mobilidade e a acessibilidade na Área Metropolitana de Maputo (AMM).
A Assembleia da República que almeja construir uma cidade parlamentar na margem norte da baía de Maputo, apartamentos para deputados ,cuja maioria vive em residências arrendadas, quando se deslocam à capital do país para sessões plenárias , construção também condicionada a ‘ mão’ de parceiros de cooperação! (Moz24)