Por Estacio Valoi
Trabalhadores mina de rubis de Montepuez, na província de Cabo Delgado, que cobre 33.600 hectares de um dos depósitos de rubis mais significativos do mundo onde a Gemfields possui 75% da Montepuez Ruby Mining Limitada (“MRM”) Os restantes 25% são propriedade da Mwiriti Limitada, empresa local moçambicana estão em greve desde as 5horas da manha de terça –feira dia 28.
Os trabalhadores reivindicando melhores condições de trabalho e tratamento condigno, tribalismo diferença de salários, descriminação.
Os trabalhadores de forma pacifica manifestaram-se em frente aos escritórios da MRM em Namamhunbir com cânticos, dança em protesto contra as diferenças salarias. Estas reivindicações segundo fontes no local remontam faz meses mas que a empresa não se mostra disponível a solucionar esta questão.
Em comunicado de imprensa recebido ontem pela nossa redação, segundo a MRM, a paralização das actividades foi protagonizada por um grupo de trabalhadores que realizaram uma greve ilegal
“Um pequeno grupo de trabalhadores da Montepuez Ruby Mining Limited (MRM) tomou a decisão de não comparecer aos seus postos de trabalho e impedir outros funcionários de realizar as suas actividades, reivindicando aumentos salariais e melhores condições de trabalho. A paralisação interrompeu uma série de actividades da empresa, esta terça-feira, 28 de Março de 2023.
Embora este grupo de trabalhadores não tenha seguido o processo sindical estabelecido para questões deste tipo, a MRM espera que, trabalhando com o sindicato reconhecido e as autoridades laborais estatais, se encontre uma solução para a situação em breve.”
Segundo fontes no local estas reivindicações já vem sendo feitas a já algum tempo e que devido a morosidade na solução desta questão levou os trabalhadores a ‘greve ilegal’.
Ainda ontem dia 28 de manha até por volta das 15h a circulacao de viaturas e pessoas estava condicionada. “Não ha nenhum carro que entrou na mina, protestaram desde aquela zona de Simbia. Também fecharam a via Megaruma porque outros trabalhadores queriam entrar na mina mas foram forcados a voltar. Ali na ponte em Namanhumbir, puseram panelas , estão a cozinhar . Estão também em frente a clinica, a cozinhar ali fora .Bloquearam a estrada”
Ainda no seu comunicado a MRM esclarece que para além de existir um sindicato onde os trabalhadores estão inseridos, o mesmo “sindicato não partilhou qualquer comunicação formal sobre esta matéria. Uma carta não assinada divulgada pelo grupo de trabalhadores só chegou à direção da MRM no final do dia 27 de março de 2023” e que a “ MRM informou as autoridades distritais, provinciais e nacionais sobre a greve ilegal e tomou providências para executar os serviços essenciais e proteger os funcionários residentes no acampamento, com a assistência da polícia.
Ainda na mesma senda a empresa considera que ‘ esta acção unilateral de uma parte dos trabalhadores só beneficia o sindicato de mineradores ilegais que opera na zona, uma vez que o mecanismo de proteção do projecto foi efetivamente desviado para a gestão da greve ilegal. A perda de produção resultante da paralisação das operações pode afectar os resultados do próximo leilão de rubis, um dos principais impulsionadores de receitas e contribuições fiscais na província de Cabo Delgado.
O bem-estar da força de trabalho da MRM é de extrema prioridade para a empresa, o que tem sido demonstrado ao longo dos anos em gestos como manutenção dos empregos e pagamento de salários aos trabalhadores durante todo o ano de interrupção das atividades provocadas pela pandemia de Covid-19. A MRM, em consulta com as partes interessadas, esforça-se para garantir um ambiente no qual os funcionários possam prosperar.
A empresa tem como objectivo remunerar de forma justa e garantir que as condições de trabalho sejam consideradas seguras e satisfatórias. Para garantir melhorias contínuas, a empresa criou vários mecanismos para ouvir sugestões: através dos gestores dos departamentos, através do sindicato, anonimamente – através de caixas de sugestões localizadas em toda a área operacional e comunidades locais, bem como através de ferramentas online da empresa.” (Moz24h)