Os tumultos registados na manha de sábado passado em Ressano Garcia onde a policia reagiu com violência contra manifestantes que se fizeram a rua para demostrar o seu descontentamento perante a apatia da policia relativamente a onda de crimes que se regista naquele distrito, a população mais uma vez foi criminalizada , recebida pela policia com violência.
Eram centenas de residentes da vila fronteiriça de Ressano Garcia que no sábado de manha saíram para protestar contra a falta de uma resposta eficaz da Polícia no combate à criminalidade. Assassinatos e raptos fazem parte dos principais crimes que afectam os residentes do posto administrativo de Ressano Garcia, que acusam a Polícia de não estar a fazer nada para prevenir e combater a criminalidade naquela vila junto à fronteira com a África do Sul. Aliás, algumas pessoas acusam a Polícia de estar envolvida nos raptos.
A violencia que por intermédio da polícia e ignorando políticas públicas eficazes que minimizariam problemas da população desfavorecida, o Estado utiliza a violência como meio para silenciar essas tensões sociais. Sobre esse caráter violento do Estado Moçambicano, Chaimite (2014, p.86) destaca que: “Tanto em 2008 como em 2010 e 2012, os protestos populares provocaram, numa primeira fase, uma acção de repressão por parte do governo, na tentativa de os abafar. Assim, a primeira reacção do governo foi de os considerar ilegais e mobilizar as forças policiais para repor a ordem pública” https://www.redalyc.org/journal/3211/321161767026/html/
“Nesse processo de legitimação da violência se o Estado cria e implementa as leis ao serviço da justiça, então a violência utilizada no exercício da mesma será, também ela, tida como justa porque serve os interesses da sociedade. Quando a natureza ilegítima dos actos é posta em evidência, a segurança nacional surge, por norma, como último grande recurso de legitimação (BARBOSA, 2013, p. 14).” (Moz24h)