Moçambique: Forças de defesa e segurança dos atrasos no pagamentos dos seus ordenados a milhares destes no Teatro Operacional Norte (TON),a necessidade do reforço da sua capacidade logístico e militar para enfrentarem o avanço dos terroristas na Província de Cabo Delgado está aquém das reais necessidades e defende, por isso, o reforço com recursos e meios modernos e sofisticados, o apoio que o governo moçambicano pede o apoio da União Europeia (UE) em equipamento letal que falta para imprimir um maior ímpeto no combate ao terrorismo, que desde Outubro de 2017, afecta alguns distritos da província de Cabo Delgado, no norte do país são algumas das causas que minam a sua atuação. “ Sem logística nao se ganha uma guerra”
Por : Estacio Valoi
Em fevereiro 29 do corrente ano o pedido foi expresso pelo ministro moçambicano da Defesa, Cristóvão Chume, em Maputo, em conferência de imprensa em Maputo, minutos após o término de um encontro mantido com a Missão do Comité Político e de Segurança da União Europeia (COPS), um órgão da União Europeia a nível de Embaixadores dos 27 Estados Membros, com um papel na Política Externa e de Segurança daquela organização.
Na altura o encontro tinha como linhas de agenda a avaliação da Missão Militar de Formação da União Europeia em Moçambique onde durante o encontro Chume em representação ao governo moçambicano enfatizou a necessidade de apoio letal ao Pais e nao apenas treino de pessoas e provisão de equipamento não letal.
“É também importante que, considerando que o terrorismo que temos em Moçambique é internacional, o apoio que a União Europeia tem dado a outros países que têm o mesmo fenómeno também poderia ser partilhado com Moçambique e prover equipamento letal”, disse o ministro. Mas é uma questão que nós deixamos ao critério da União Europeia para continuar com consultas internas e, quem sabe, ainda podemos ter resultados para a segunda fase do programa que temos com a União Europeia”, acrescentou.
Em Fevereiro ainda sobre o desenrolar da situação na Província nortenha de Cabo Delgado assolada pelo terrorismo desde 2017 , Chume transmitira a mensagem aos membros da cúpula europeia que que a situação naquela província é estável, não obstante as últimos ataques registados no sul, particularmente em algumas aldeias dos distritos de Quissanga, Metuge, Ancuabe e Chiúre que levaram ao deslocamento da população na vizinha província de Nampula.
Aliás, sublinhou o ministro, o combate ao terrorismo em Moçambique, assim como em todas as partes do mundo, é uma missão difícil que precisa de coragem, união de esforços e, sobretudo, muita paciência por parte dos cidadãos que, muitas vezes, esperam ouvir resultados imediatos algo que não é possível.
Explicou que o processo de radicalização nas zonas onde há terrorismo significa muitas vezes compra de mentes, comprar pessoas e enraizamento deste mal no seio das comunidades.
Por isso, disse o ministro, é um combate que envolve uma frente militar, mas também uma componente social pelo que o governo vai continuar a promover o desenvolvimento da região, bem como consolidar a Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte e outros programas para minimizar o risco de radicalização e prevenir a reemergência do terrorismo.
A chefe da missão da UE, Delphine Prank, advertiu na altura que não basta a componente militar pois não pois não é existir segurança sem desenvolvimento sustentável, prosperidade económica e democracia.
Disse que a UE é o maior parceiro de Moçambique no combate ao terrorismo tendo desembolsado até agora mais de 90 milhões de euros. Sobre outros apoios que a UE poderá conceder a Moçambique disse que tudo vai depender da avaliação da presente missão.
E “Está quarta-feira, duas tentativas de ataques terroristas foram frustradas em duas posições das forças armadas no Distrito de Macomia e Micímboa da Praia, província de Cabo Delgado.
As 10 horas desta quarta-feira, 19.06.2024, os terroristas tentaram atacar a posição militar das FADM na aldeia de Napala Distrito de Macomia, onde foram prontamente repelidos pelas Forças Armadas de Defesa e Segurança de Moçambique, onde saíram em debandada em direção a Mucojo local que outrora havia indicações de existência de bases dos terroristas.
Uma fonte das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, disse a Zumbo FM Notícias que na noite da quarta-feira (19.06), isto é, por voltas das 19 horas, os terroristas tentaram sem sucesso atacar uma posição militar da Força e Segurança Rwandesa no Posto Administrativo de Mbau, Distrito de Micímboa da Praia.
“As 18h até 19h de hoje outro grupo terrorista atacou a força amiga ruandesa em Mbau. O ataque foi igualmente repelido “-disse uma fonte segura nas FADM, que pediu anonimato.
Foto: Estacio Valoi
Para Moçambique ainda nao se fala de apoio letal por parte da (UE), Enquanto isso União Europeia pode duplicar financiamento para força ruandesa de 20 para EUR 40 milhões
Numa altura em que há constantes queixas de quedas constantes de suprimentos logísticos no exercito moçambicano, o que contribuiu para a baixa moral, aliada a falta de meios adequados para o combate ao terrorismo, a Força Ruandesa, que protege interesses franceses e da Total Energies em Cabo Delgado, prepara-se para receber um financiamento duplicado de mais de 40 milhões de euros.
A informação é adiantada pela Bloomberg, que revela que a União Europeia tem em mesa de discussão o pagamento de 40 milhões de euros por equipamento militar não letal e transporte aéreo para os soldados das Forças de Defesa do Ruanda por parte da União Europeia pode duplicar financiamento para força ruandesa de 20 para EUR 40 milhões destacada para a província de Cabo Delgado.
Citando fontes do bloco europeu, a Bloomberg revela que espera-se que os estados membros da UE discutam a proposta nas próximas semanas e há um forte apoio político dos países mais influentes do bloco, liderados pela França, que sempre negou que estava por detrás do financiamento ao exercito ruandês que actua em Cabo Delgado como uma espécie de força mercenária.
Recorde-se que a alguns meses a proposta em cima da mesa referenciava um pedido feito por Moçambique para o exercito de Paul Kagamé na ordem de 20 milhões de euros e na altura se falava de um impasse, pois há países europeus que não querem que seu dinheiro venha a financiar rebeldes do M23 que desestabilizam a República Democrática do Congo.
Um porta-voz da Comissão Europeia disse que as deliberações sobre como usar o financiamento do EPF são feitas pelos estados membros da UE e são confidenciais.
“Nesta fase não temos nenhum anúncio nem comentário a fazer sobre qualquer questão relacionada com a assistência do EPF a Moçambique ou a qualquer outro país parceiro”, disse ainda citada pela agência Bloomberg. (Moz24h/Bloom- berg/Redação)