- VOA Português
Mocímboa da Praia — A organização internacional de ajuda humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) confirmou a morte de um dos seus membros no distrito de Mocímboa da Praia, província moçambicana de Cabo Delgado, na sequência de um ataque de insurgentes no sábado.
Uma nota da MSF diz que “no dia 5 de janeiro, quatro pessoas, incluindo um promotor de saúde da organização, foram mortas durante um ataque na aldeia de Chibanga, no distrito de Mocímboa da Praia. O nosso colega tinha menos de 30 anos, e deixa para trás a sua família”,
“Este nosso colega era um membro ativo da comunidade que estava empenhado em ajudar a salvar dezenas de vidas através da divulgação de mensagens de promoção da saúde, e identificação e encaminhamento de pacientes para cuidados especializados, incluindo grávidas e crianças”, refere a coordenadora de emergências da MSF em Cabo Delgado, Marta Cazorla.
Apesar da alegada melhoria da situação em Cabo Delgado, a organização diz que “está preocupada com a violência contínua no norte de Moçambique e ataques indiscriminados que matam e ferem civis em Cabo Delgado regularmente”.
Continuidade
A MSF lembra que desenvolve “atividades em Cabo Delgado desde 2019, incluindo cuidados primários de saúde, saúde mental e apoio psicossocial, distribuição de itens básicos e atividades de promoção da saúde” e que não vai desistir.
“Apesar da tristeza pela perda do nosso colega, a MSF vai continuar a prestar assistência médica e humanitária às famílias afetadas por este conflito”, destaca a MSF.
Recorde-se que Mocímboa da Praia foi o primeiro local a ser alvo dos insurgentes, que mais tarde assumiram-se como estando ligados ao autodenominado grupo Estado Islâmico, a 4 de oububro de 2017.
Desde então, devido aos ataques, mais de quatro mil pessoas morreram e cerca de um milhão deixaram as suas casas.
Para enfrentar a insurgência, Moçambique pediu a ajuda do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral que enviaram tropas para a Cabo Delgado.
Nos últimos tempos, vários residentes têm regressado às suas áreas de residência, mas ainda registam-se ataques. (VOA)